''The Punk Singer (2013)'' : O Retrato da Revolucionária Kathleen Hanna
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Kathleen Hanna em show da banda Bikini Kill nos anos 90 |
Na década de 90, uma feminista punk trajando calcinha e protestando com seriedade aos gritos atraiu a atenção do mundo. Kathleen Hanna é a ex-vocalista da banda Bikini Kill, que impulsionou o movimento Riot Grrrl, incluído na terceira geração feminista do início dos anos 90. Durante a atividade na banda, Kathleen era a destemida líder que cantava sobre estupro, sexualidade feminina e outros temas que inspirariam mais tarde outras meninas a formarem sua própria revolução com suas bandas como no Brasil com Dominatrix e Bulimia; e mais recentemente, na Rússia com Pussy Riot. Felizmente, tive a oportunidade de ouvir todos os álbuns do Bikini Kill e permitir que o movimento tenha feito diferença durante minha adolescência. Em 1997, o grupo Bikini Kill se desfaz e com uma pegada mais dance-punk, Hanna lança um projeto solo intitulado Julie Ruin que se tornaria a posterior banda Le Tigre. Não abandonando o seu ativismo, a cantora escolhe um visual mais glamour para os shows. Entretanto, em 2005, ela se afasta dos palcos e da vida pública alegando que já tinha colocado para fora tudo que necessitava. Calava-se então, uma das vozes femininas mais importantes dos últimos tempos. É com o objetivo de explicar melhor essa e outras histórias sobre a líder, que o diretor Sini Anderson capta em um documentário de 80 minutos, a trajetória da criadora do último grande hino feminista "Rebel Girl".
Pôster promocional do documentário ''The Punk Singer '' (2013)
O silêncio de Kathleen Hanna na verdade foi causado por algo que a debilitou, dificultado assim de continuar nos palcos. Ela foi diagnosticada com o estágio final da silenciosa doença de Lyme, que é uma infecção transmitida por carrapatos causada por espécies de Borrelia.No documentário, ela fala por meio de entrevistas na sua casa como isso tem afetado a sua devoção à música.Apesar do tratamento ser complicado, a doença não a impediu de retornar a sua carreira em 2010. Com The Julie Ruin, banda que é tipo uma mistura das duas anteriores, Anderson traz as filmagens de uma Hanna que não abandonou o legado de cantora de punk que carrega há mais de duas décadas. As filmagens tanto antigas quanto atuais ilustram a figura vital que Kathleen Hanna representa, sendo retratados momentos desde o colegial, quando teve seu primeiro contato com o feminismo, até a sua recente batalha pessoal. O documentário ainda traz relatos de artistas como Joan Jett, e seu marido Adam Horovitz (Ad-Rock), sobre o legado da cantora. É a luta nos mais vários campos de sua vida que torna esse documentário valioso para todos que desejam conhecer mais de perto a responsável por inspirar a revolução feminista da sua geração e das posteriores.
The Julie Ruin
Prints do documentário que refletem o que é ser uma Riot Grrrl:
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O quarto de uma garota, às vezes, pode ser esse espaço (de criatividade) |
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Todos os garotas sejam legais, pelo menos uma vez nas suas vidas (permitindo outras garotas ocuparem a frente dos palcos) |
Eu sinto que sempre há a suspeita em torno da verdade de uma mulher. A ideia de que você está exagerando (como se tivéssemos que negociar como sou entendida) |
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