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Larissa Oliveira
Sergipana e professora bilíngue, admira os mais diversos tipos de arte e já teve seu momento Twin Peaks, além de epifania ao ler o romance que dá nome a este blog, A Redoma de Vidro de Sylvia Plath. Este Blog nasceu em 2014 e é dedicado a críticas de filmes, livros, séries e música, sendo que as dos três primeiros contêm spoilers. Boa leitura!

Edie Sedgwick: Femme Fatale, Factory Girl e Outras Marcas da Eterna Musa do Andy Warhol



Eu poderia homenagear várias artistas fabulosas da década de 60 neste post, mas confesso que após um sonho na noite passada, pensei  em escrever sobre a  atriz/socialite/pintora Edie Sedgwick. O sonho não é tão interessante, mas a história da Superstar sim.  Em 2012 , comecei a ouvir os discos do Velvet Underground e então conheci Andy Warhol e então Edie. Qual a conexão? Primeiro que a atriz é o ícone  mais memorável em relação às parcerias do Andy. Os dois se conheceram numa festa  no ano de 1964 e ele  apaixonou-se rapidamente  pelo estilo único da americana. Se você acha que o Warhol é só o cara da lata de sopa ou o cara da ilustre imagem da Marilyn Monroe, engana-se . Ele produziu uma série de filmes underground no seu estúdio artístico The Factory, que conta com a participação de Edie em alguns. Pode-se dizer que o  primeiro deles,  Poor Little Rich Girl, faz referência à própria atriz, que apesar de ser uma herdeira, teve uma vida bastante conturbada. A morte de seus dois irmãos e a conflituosa  figura do seu pai ocasionaram sua anorexia e  vício em drogas e bebida. Antes de embarcar no mundo cult de Warhol, Edie dedicava-se à pintura. Após o sucesso do seu primeiro filme, ganhou tanto o título de It Girl como o de  Factory Girl por seu estilo que chamava atenção: olhos escuros bem delineados; vestes pretas que remetem ao estilo beatnik e cabelos prateados. Seu jeito ímpar conquistou até o coração do cantor folk Bob Dylan, que apesar de negar, duas faixas do álbum Blonde On Blonde (1966) seriam dedicadas a ela. Porém,  Edie deixava de ser o foco dos trabalhos de Warhol enquanto ele se dedicava a seus novos parceiros: A banda The Velvet Underground e à cantora e atriz alemã Nico.
O famoso álbum que uniu ambos, contém a faixa Femme Fatale que é sobre  Edie. No entanto, há quem diga que o brilho da It Girl e  o consequente ofuscamento de Andy, seria o motivo principal do rompimento da amizade e contrato entre os dois. Ele não pagava cachê pelas participações dela nos filmes, dispensando-a  sem piedade. Iludida  e sem dinheiro para sustentar seu vício em barbitúricos,  ela se dedica ao filme semi-biográfico  sobre suas decepções durante seus 15 minutos de fama em   Ciao! Manhattan, no entanto, as filmagens só terminam anos depois devido a sua deterioração  pelas drogas.


                                                                   Andy Warhol e Edie Sedgwick


                                               
                                                                   Edie Sedgwick em Ciao!Manhattan (1972)


Durante sua tentativa de recuperação em 1970, conhece seu futuro marido Michael Post, que a ajudou a permanecer sóbria por um certo tempo. Edie termina as gravações de Ciao!, e pensa que deixou de vez o mundo deturpado em que viveu, porém sua marca de garota problemática  a seguiu. Em 1971, Edie sofre uma recaída e morre de overdose antes mesmo do lançamento do filme. A história da musa é retratada fielmente por Sienna Miller no filme Factory Girl ( 2006), no qual são representadas além de sua curta fama, suas emocionantes  fitas de áudio com reflexões sobre sua trajetória. O filme deixa uma dúvida sobre a rápida  decadência da atriz, seria desencadeada por conta de Andy Warhol?
Talvez Edie o amasse  demais para não perceber que ele logo adotaria outras musas. Uma coisa é certa, até hoje Edie Sedgwick é lembrada como uma das mais influentes e carismáticas  artistas da década de 60, se ainda posso citar mais um exemplo disso, a banda The Cult gravou em sua homenagem a música Edie (Ciao Baby). 









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