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Larissa Oliveira
Sergipana e professora bilíngue, admira os mais diversos tipos de arte e já teve seu momento Twin Peaks, além de epifania ao ler o romance que dá nome a este blog, A Redoma de Vidro de Sylvia Plath. Este Blog nasceu em 2014 e é dedicado a críticas de filmes, livros, séries e música, sendo que as dos três primeiros contêm spoilers. Boa leitura!

'' Her '' & '' Shame '': A solidão é inerente ao homem?



                                                                             Shame (2011)


Her (2013)


Os filmes '' 'Shame'' e ''Her ''  são ambientados em épocas diferentes, mas ambos retratam o temor da solidão que desde sempre  persegue o ser humano. Enquanto aquele se localiza numa Los Angeles futurística,  este se localiza numa Nova Iorque atual. Ambos trabalham com computadores, porém  acabam se utilizando da máquina para relacionamentos provisórios : O protagonista de Spike Jonze descobre um novo sistema OS comandado por uma voz feminina, por quem se apaixona e tenta manter um romance. Já o do Steve McQueen a utiliza para satisfazer seus desejos sexuais. É interessante notar que desde o inicio das películas,  os personagens têm dificuldades em manter relações interpessoais, por isso as cenas em que estão sós são frisadas. O problema com Theodore de '' Her '' é que ele acredita que o seu medo de estar com alguém é superado pelo relacionamento virtual,  para  Brandon de ''Shame '' o vício em sexo é que supera esse medo. 





O equilíbrio aparentemente  encontrado por Theodore em Samantha, o sistema operacional, é o mesmo que Brandon tenta encontrar em sua parceira de trabalho Marianne. Brandon finalmente cogita a possibilidade de se apaixonar, no entanto falha no ato sexual com ela, notando que a barreira que impôs a si mesmo da paixão era difícil de ser rompida. Quando Samantha sugere encontros casuais com outras mulheres  fora do plano virtual para Theodore, isso o afronta e ele também não obtém êxito. A esperança de perdurar a paixão é mais prolongada com Theodore, talvez pela aura romântica que envolve a obra, diferente do clima lúgubre do  outro filme. Vivemos num mundo altamente tecnológico que divide as pessoas em relacionamentos reais e virtuais. Não importa esses meios opostos, o amor é um sentimento real que buscamos incessantemente mesmo sem perceber. Então seria o amor a solução definitiva para a solidão?






 Nesse caso, parece que sim. Uma vez que a  concepção  de amor se transforma após certo tempo nos longas.  Inicialment , com a chegada de sua irmã no seu apartamento, os contrastes  entre a apatia de Brandon e a sensibilidade de Sissy são gritantes. Ele não suporta a carga emocional que ela deposita nele e após várias discussões e uma tentativa de suicídio por parte dela, os olhos de Brandon se abrem para o sentimento fraternal apagado antes. Porém, acredito que em outras análises, o seu vício seja explicado por mais fatores psicológicos do que apenas a solidão, o que não cabe explanar aqui.  Quando Samantha é deletada, resta a Theodore a companhia de sua velha amiga Amy que demonstrou a força da amizade ao compreender o novo relacionamento do amigo. Ao final do filme, os dois permanecem trocando olhares fraternais e isso se opõe ao Theodore solitário e infeliz do início do filme. Se o amor realmente vence a solidão é difícil dizer até quanto tempo, não sabemos a continuidade das vidas de ambos personagens. O que cada um sabe é como lidar com o estar sozinho na maneira que lhe cabe.









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