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Larissa Oliveira
Sergipana e professora bilíngue, admira os mais diversos tipos de arte e já teve seu momento Twin Peaks, além de epifania ao ler o romance que dá nome a este blog, A Redoma de Vidro de Sylvia Plath. Este Blog nasceu em 2014 e é dedicado a críticas de filmes, livros, séries e música, sendo que as dos três primeiros contêm spoilers. Boa leitura!

Crítica: Dois dias, Uma noite (2014)

 



Filme dirigido pelos irmãos Dardenne, Dois dias, Uma noite retrata a curta jornada de Sandra (Marion Cotillard) em busca de seu emprego de volta. Vivendo sob condições difíceis  ao lado de seu marido e filhos, a fábrica em que Sandra trabalhava pagava bem em comparação a outros empregos na cidade em que mora. No entanto, seu problema com a depressão a afastou do trabalho e  recebe notícias de uma colega sobre as recentes alterações na fábrica. Sandra teria que perder o seu posto e seus colegas ganhariam um bônus de  €1000 euros em compensação. Eles votam a favor do bônus salarial, mas Sandra acaba descobrindo que o patrão concedeu uma nova votação para a semana seguinte. Ela  então, tem o final de semana para tentar convencer seus colegas a votarem a favor da sua permanência. 
Sandra busca desesperadamente endereços, telefones de seus colegas e com o apoio de seu marido, tenta ao máximo obter um sim deles. O que torna a jornada complicada para ela é que  todos alegam precisar do bônus. A primeira pergunta que fazem antes de darem a resposta final é algo como ''Quem já concordou? '' todos têm medo de que favorecendo Sandra, perderiam seus cargos em vez de contestar esta injustiça.
Perseverança parece ser a palavra que mais define Sandra que quase desistindo após ingerir várias cartelas de Xanax, ergue-se e continua a bater nas portas restantes.





No dia da votação, a presença de Sandra irrita o patrão que deixa subentendido que a sua doença era um impasse para sua força de trabalho.  A humanidade parece ser a temática explorado desse filme, que apesar de parecer simples , explora  temas ligados ao socialismo  ou  é apenas um retrato da atual crise econômica da Europa o que já foi visto em outros trabalhos dos diretores como em  L 'Enfant. Marion Cotillard incorpora mais uma vez uma personagem melancólica, sendo essa explorada no cotidiano , o que sem dúvida comoveu várias pessoas que lutam para manter um emprego em meio a dificuldades. 
Esse retrato de Sandra é portanto, o espelho para qualquer ambiente de trabalho em que se encontra ou precisa-se de um lado solidário. Ademais, a obra deixa uma mensagem final que confere à Sandra o papel de heroína, visto que ela se liberta da opressão que até então se encontrava e caminha para um novo rumo em sua vida. 



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