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Larissa Oliveira
Sergipana e professora bilíngue, admira os mais diversos tipos de arte e já teve seu momento Twin Peaks, além de epifania ao ler o romance que dá nome a este blog, A Redoma de Vidro de Sylvia Plath. Este Blog nasceu em 2014 e é dedicado a críticas de filmes, livros, séries e música, sendo que as dos três primeiros contêm spoilers. Boa leitura!

Top 5 - Álbuns que completaram 20 anos em 2015




A década de 90 tem realmente um valioso arsenal de álbuns que causam impacto até hoje no mundo da música. Algumas bandas já aclamadas pela crítica e público em outras décadas, lançaram álbuns definitivos para suas carreiras como o Goo do Sonic Youth, Black Album do Metallica e Out of Time do R.E.M. .1991 é um marco para o movimento grunge com os lançamentos do Nevermind do Nirvana, Ten do Pearl Jam e Badmotorfinger do Soundgarden. 1994 é, sem dúvidas, meu ano preferido na música. Álbuns como Grace do Jeff Buckley e Live Through This do Hole são relembrados por trazerem nas suas letras, premonições sobre as vidas pessoais de ambos vocalistas. 1995 é também um ano definitivo para várias bandas, inclusive para algumas que alcançam seu auge logo no álbum de estreia, como para a banda de trip/hip-hop Tricky. O terceiro álbum da canadense Alanis Morissette, Jagged Little Pill, traz o single You Oughta Know que é obrigatório nos seus shows, assim como, The Universal, do álbum The Great Escape do Blur.
Pois bem, esta retrospectiva traz  um top 5 de outros álbuns muito nostálgicos daquele ano e que estão entre os preferidos das gerações dessas últimas décadas.

1- Garbage – Garbage

 
Álbum de estreia da banda liderada pela escocesa Shirley Manson, contém uma mistura de gêneros e temas que definem a banda como única. A pegada trip-hop com o dance rock ao lado de temas obscuros e a personalidade autêntica da vocalista, agradaram  inesperadamente o público. Only Happy When It Rains ainda se mantém como maior hit da banda, retratando a sua marca, que não é a de compor músicas depreciativas, mas sim originais. Queer, outro single de grande sucesso, fala sobre o tabu da homossexualidade, ainda existente, porém, muito mais forte naquela década. Se tem algo que Shirley não se importa é provocar através de suas letras. Isso já se torna evidente na primeira faixa do álbum, Supervixen.  Garbage celebra os 20 anos desse álbum com uma versão deluxe que contém músicas não lançadas e demos que refletem o conteúdo melancólico da banda.
 Faixas recomendadas: Sleep, Vow e Stupid Girl.


2- Oasis (What’s The Story) Morning Glory?





O fenômeno Britpop, conhecido por unir bandas inglesas independentes inspiradas pelo indie dos anos 80, teve seu auge no ano de 1995. Além da obra-prima do Oasis, o sólido álbum do Blur citado anteriormente, Supergrass lança o versátil I Should Coco. Pulp equilibra a temática sexual e crítica à sociedade de classes em Different Class, enquanto a presença feminina fica por conta do melódico álbum de estreia autointitulado do Elastica. Apesar do sucesso comercial de todos esses discos, (What’s The Story) Morning Glory? ainda permanece como um clássico em que todas as faixas são imponentes, com refrães que despertam a vontade de cantar junto. Wonderwall e Champagne Supernova foram imortalizadas pelos fãs. Há muitos aspectos que classificam esse álbum como o maior da carreira dos irmãos Gallagher. Suas composições são mais expansivas e há uma maior exploração sonora do que o antecessor, Definitely Maybe. Mesmo com a afirmação da banda de que Don't Look Back In Anger não tem sentido, é claro que para os fãs ela pode significar muito além do que foi escrito.
Faixas recomendadas: Some Might Say, Cast No Shadow e She's Electric.


3- PJ Harvey – To Bring You My Love 



A década de 90 foi sem dúvida, promissora para a mulher no rock. A inglesa PJ Harvey prova isso com suas bem sucedidas fases nesse período. Em To Bring You My Love ela incorpora uma Femme Fatale que uiva em busca de algo sublime no amor para completá-la. Embora essa metáfora soe um pouco estranha, é possível notar forte simbolismo religioso e da natureza em várias faixas. A dualidade também se faz nos significados de suas composições. Seu maior sucesso até hoje, Down by the Water, literalmente narra a história de uma mãe que afogou sua filha. A repercussão da música trouxe diversas críticas negativas para PJ, que ironizou a interpretação literal. O que faz desse complexo álbum um marco, é a combinação de diferentes estilos que destacam o potencial vocal da cantora. Seja na punk Long Snake Moan, ou na marcha fúnebre em The Dancer. Em todas as faixas, PJ explora a sua voz visceralmente e o resultado é uma infinita fonte de inspiração para artistas que desejam ir além. E  PJ foi. Suas posteriores fases são tão boas quanto, no entanto, nenhuma tamanho peso místico e visceral visto nessa.
Faixas Recomendadas: C'Mon Billy, I Think I'm a Mother  e Meet Ze Monsta.


4- Smashing Pumpkins Mellon Collie and the Infinite Sadness
 


É difícil definir em poucas palavras a imensidão que se encontra neste álbum de 28 faixas. Começarei pela sua produção, na qual Billy Corgan continuava com a sua saga de produzir álbuns perfeitos. Não satisfeito com a ótima recepção do antecessor, Siamese Dream, Corgan almejava algo diferente dos dois primeiros discos, além de sentir o peso de uma geração que tinha recentemente perdido seu porta-voz principal, Kurt Cobain. Os seus objetivos foram alcançados com sucesso. 1979 torna-se o hino preferido dos adolescentes. O álbum oferece uma mistura de gêneros, note que isso era algo comum entre as bandas da década, que influenciou bastante o rock alternativo da década seguinte. A teen angst em Bullet With Butterfly Wings, contrasta com o romantismo de Porcelina of the Vast Oceans. É essa confusão em encontrar seus verdadeiros sentimentos que aproximou tanto o público jovem. Enquanto a agressividade em Zero sugere um comportamento autodestrutivo, a calma Galapogos fala sobre adaptar-se em um novo ambiente para sobreviver. Enfim, o álbum é realmente repleto de diferentes tipos de humor, e é completo na sua sonoridade. Certamente, Billy conseguiu  com que seu álbum de 2 horas de duração dominasse o mundo do rock na metade dos anos 90.
Faixas Recomendadas: X.Y.U., Where Boys Fear to Thread e Love.



5- Radiohead The Bends



The Bends e OK Computer são os álbuns que sempre disputam entre o preferido dos fãs do Radiohead. É evidente que este foi o álbum definitivo deles, uma vez que os experimentos com o teclado ganham preferência aos com a guitarra. Porém, é inquestionável a relevância do The Bends. Sem ele não haveria Coldplay nem Keane. É ainda importante, pois, mostra que a banda queria ser levada a sério depois do mega sucesso de Creep, faixa do álbum de estreia, Pablo Honey. Já é possível notar o início do que seria o estilo sonoro adotado por eles nos álbuns posteriores na canção Planet Telex. As inovações do guitarrista  Jonny Greenwood são perceptíveis nos riffs abrasivos de My Iron Lung. Particularmente, é o meu preferido  por causa da sua maturidade sonora fazendo cada música soar como um clássico. Fake Plastic Tree é uma prova de como suas letras evoluem. Os outros álbuns ganham composições muito mais abstratas, porém a última faixa do The Bends,Street Spirit (Fade Out), tem uma melodia cósmica, mesmo a ouvindo várias vezes, o trecho final Immerse your soul in love, nos absorve e abre quarto para a carga emocional que o OK Computer transmite. 
Faixas Recomendadas: Bullet Proof ... I wish I was, Sulk e Black Star.






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