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Larissa Oliveira
Sergipana e professora bilíngue, admira os mais diversos tipos de arte e já teve seu momento Twin Peaks, além de epifania ao ler o romance que dá nome a este blog, A Redoma de Vidro de Sylvia Plath. Este Blog nasceu em 2014 e é dedicado a críticas de filmes, livros, séries e música, sendo que as dos três primeiros contêm spoilers. Boa leitura!

Crítica: Reality Bites (1994)



Se tem uma característica que marca um filme mesmo décadas após ser lançado é seu caráter atemporal. Reality Bites (Caindo Real) se encaixa na categoria destes filmes que se engradecem geração pós geração por retratar temas cotidianos que ainda geram conflitos internos. O que fazer depois de se formar na faculdade ainda leva muitos adultos a questionar sobre o que realmente querem. É essa a grande questão do longa. Para Lelaina (Winona Ryder) conseguir terminar seu documentário e divulgá-lo parece ser mais importante do que se envolver com seu amigo e músico Troy (Ethan Hawke). Enquanto que para ele, o amor e a arte são mais valiosos do que depender de um emprego. Seus melhores amigos Sammy e Vickie lidam com dilemas sexuais. Sammy reprime sua orientação sexual, já Vickie por ter uma vida sexual bem agitada, teme a AIDS. 
Lelaina registra em seu documentário momentos íntimos com seus amigos. Inicialmente, eles se queixam da pressão em ser alguém nos seus 20 anos. Porém, não demora muito para que caiam na real e cedam à essa pressão. O relacionamento de Lelaina com Michael (Ben Stiller) que aliás faz sua estreia como diretor com esse filme, é o que impulsionaria sua carreira. Michael é um atrapalhado executivo da MTV e consegue exibir seu projeto num programa teen. No entanto, o que deveria ser seu momento de realização se tornou sua maior decepção. Era esse documentário destinado ao campo profissional ou uma fuga para Lelaina diante de sua desordem interior?



Lelaina : Eu realmente ia ser alguém aos 23 anos.
Troy: Querida, tudo que você tem que ser aos 23 anos é você mesma.

Lelaina se recusava a sair da zona de conforto contrastando com o contestador Troy. Não é que ela sabia menos sobre a vida do que ele, o ponto é que quando temos 20 anos, vivemos na ilusão de que um bom emprego, boa casa bastam e que as pequenas grandes coisas que nos fazem humanos não são prioridade. Troy tenta despertar isso nela ao se declarar. Mesmo com relutância por parte dela, os dois acabam juntos e a confusão interior no longa se estabiliza. Essa lição ainda é atual, a efemeridade das coisas é um reflexo de como engavetamos aquilo que nos fazem mais sensíveis. Preferi fazer uma crítica mais subjetiva desse filme do que objetiva justamente por me encontrar totalmente nele. Se prefere críticas mais direcionadas à direção e atuação há vários blogs que já as fizeram e são igualmente relevantes. 
Além desse legado, o filme mostra através da vida artística dos personagens, que a arte é a melhor forma de nos conectarmos nos momentos em que nos sentimos mais perdidos. 





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