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Larissa Oliveira
Sergipana e professora bilíngue, admira os mais diversos tipos de arte e já teve seu momento Twin Peaks, além de epifania ao ler o romance que dá nome a este blog, A Redoma de Vidro de Sylvia Plath. Este Blog nasceu em 2014 e é dedicado a críticas de filmes, livros, séries e música, sendo que as dos três primeiros contêm spoilers. Boa leitura!

Crítica: To Die For (1995)



Até onde você iria para ser reconhecido na sua carreira? Suzanne Stone (Nicole Kidman) está disposta a arriscar tudo que tem para subir ao topo de sua carreira televisiva em Um Sonho Sem Limites. Ambicionando se tornar uma âncora de telejornal, Suzanne calcula o que precisa para se chegar até lá. Seu primeiro passo é se casar com alguém de nome na cidade em que mora, para que possa ser sustentada. É quando conhece o galã de uma escola que realiza esse objetivo. Interpretado por Matt Dillon,  Larry Maretto casa-se com Stone pensando que ela seria dona de casa e se submeteria a ele. Engana-se ao ver que ela se dedica inteiramente a sua obsessiva jornada em conseguir um emprego para a TV. Suzanne é contratada, sem muito esforço, por uma estação de cabo local trabalhando como garota do tempo. Até então, a imagem que formamos dela é de uma mulher ambiciosa e determinada. Porém, há algo de muito suspeito em sua personalidade. Isso fica evidente pelo formato de falso documentário do longa, no qual Suzanne aparece como se estivesse entrevistando a si mesma, em forma de monólogo e há a presença de depoimentos de outros que convivem com ela. Enquanto sua fala é repleta de autoelogios e verdades ácidas sobre a realidade do mundo televisivo '' Você não é ninguém na América a não ser que esteja na TV'' , a dos conhecidos, inclusive da sua inimiga e cunhada, é uma descrição de quem ela realmente era e do que realmente acontecia quando estava com eles. Suzanne quer ser reconhecida pela família do marido, para tanto, ela interrompe a sua cunhada enquanto comemora suas recentes conquistas na patinação, para se gabar das suas. A sua inveja não é nem um dos piores aspectos da sua personalidade. Quando decide criar um documentário sobre adolescentes, a nobre decisão era mal-intencionada e servia apenas como meio de manipulação para o seu passo seguinte em busca da fama. 




O seu plano era infalível, por meio da sedução e da ilusão,Suzanne convence 3 adolescentes a matarem Larry. Por ser loira, esbelta  e magra, ela sabia que seu poder de persuasão era fácil. Nicole Kidman entrega uma personagem memorável por ser fatal em todos os sentidos da palavra. Gus Van Sant dirige um filme inteligente por conter um humor ácido sobre o mundo perverso de quem trabalha na TV  (você pode achar Suzanne presunçosa mas ela não se difere tanto de quem não mede escrúpulos para ser alguém nesse meio). Saindo da esfera televisiva, atualmente muitos fazem de tudo para serem populares na internet. Mas Suzanne é extremamente narcisista e seus recursos são no entanto, exagerados. A notícia da morte de Larry logo ganha os noticiários e Suzanne torna-se temporariamente popular. Acreditando que seu depoimento  com sua versão dos fatos a levariam finalmente ao último passo, ela é enganada por um matador de aluguel contratado pelo pai de Larry, que descobre a sua farsa. O filme tem um final muito genial com a sua cunhada patinando sobre seu túmulo (já que foi enterrada debaixo do gelo).
Um Sonho Sem Limites não é nenhuma obra-prima, porém foi o que impulsionou ambas carreiras de Kidman e Sant. O tema gera boas risada, ao mesmo tempo que nos faz refletir sobre a manipulação da TV e outras mídias. Suzanne é vista como inocente pelo público, e quantas vezes fomos enganados por aqueles que detêm o poder da informação?

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