Crítica: Hidden Figures (2016)
Quando Hollywood aposta em obras que retratam gênios dos cálculos, elas geralmente abordam o egocentrismo de tais personagens como em O Jogo da Imitação (2014). Além de que a maioria delas protagoniza um homem o que alimenta a ideia de inferioridade intelectual feminina. Revertendo esse quadro, o filme Hidden Figures (Estrelas Além do Tempo, em português) conta a história real de três mulheres afro-americanas que contribuíram de forma significativa em operações da NASA. Em 61, o cenário político destacava a Guerra Fria existente entre Estados Unidos e União Soviética. A corrida espacial era então, uma estratégia para que demonstrassem sua superioridade tecnológica. Para tanto, A NASA contou com um grande time de intelectuais matemáticos a fim de mandarem o primeiro homem à lua com êxito. O longa foca na participação das mulheres nesse processo, em especial um time de mulheres negras que mesmo em época de segregação racial, desempenharam suas funções acreditando na sua igual capacidade a dos colegas. Katherine Johnson (Taraji Henson) é mãe solteira de três meninas e seus cálculos foram decisivos paras as projeções de voos durante a corrida. Mary Jackson (Janelle Monáe) almeja se tornar a primeira mulher negra engenheira da NASA. Dorothy Vaughan (Octavia Spencer) trabalha como uma espécie de supervisora no mesmo departamento que Katherine e Mary, porém sua chefe interpretada por Kirsten Dust é contra a ideia de oficializá-la como tal. Juntas, as protagonistas dividem seus dramas pessoais e profissionais e fazem história inspirando milhares de outras mulheres a lutarem por espaços tidos como impossíveis.
O filme é ilustre pois além de contar mais uma história da mulher que fora apagada, faz isso de forma que política, sociedade e cultura se interconectam e somos capazes de analisar o preconceito por mais de um ângulo.O racismo se acopla ao sexismo quando o intelecto de tais mulheres são questionados, como quando Katherine adentra um escritório repleto de homens brancos e é confundida como uma faxineira sendo que estava ali para trabalhar no mesmo cargo que eles. O mesmo ocorre com Mary, de forma que o processo de naturalização do racismo e sexismo a faz considerar impossível tornar-se uma engenheira; com Dorothy ocorre a negação de tais processos uma vez que os oculta de seus filhos.
Ao ser encarregada da tarefa mais árdua da missão, Katherine encara pacientemente os pormenores que evidenciam o forte preconceito da época. A sua corrida diária até o departamento onde se localizava o setor das mulheres de cor, só porque era proibida de usar o do qual trabalhava agora resulta na melhor cena do filme. Katherine destaca-se entre seus colegas homens e sua determinação na exatidão do seu profissionalismo não foi impedida por sua vida pessoal.
Dorothy pode não ter conseguido seu cargo como supervisora oficial, mas isso não a impediu de ajudar suas companheiras de departamento a mudarem para um que utilizava meios de cálculo mais avançados.O filme diferente de outras obras que retratam gênios matemáticos, mostra a força da união feminina e abre a discussão sobre o ainda existente preconceito de raça e gênero que descreditam a contribuição das mulheres no curso da história.
Gostei do seu blog. Da uma visitinha no meu e deixa la seu comentário, irei responder com muito carinho. O blog é novinho pois estou começando do 0 novamente, sua visitinha será essencial. http://amores-e-vida.blogspot.com.br
ResponderExcluirSuper abraço! :*