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Larissa Oliveira
Sergipana e professora bilíngue, admira os mais diversos tipos de arte e já teve seu momento Twin Peaks, além de epifania ao ler o romance que dá nome a este blog, A Redoma de Vidro de Sylvia Plath. Este Blog nasceu em 2014 e é dedicado a críticas de filmes, livros, séries e música, sendo que as dos três primeiros contêm spoilers. Boa leitura!

Crítica: Sex,Lies and Videotape (1989)



Em 1989, o diretor Steven Soderbergh marca sua estreia no cinema independente com o filme Sex, Lies and Videotape. O longa traz os disfarces e as verdades que marcam as vidas de quatro personagens. Ann (Andie MacDowell) vive um casamento infeliz ao lado de John (Peter Gallagher). O início do longa traz uma conversa entre Ann e seu terapeuta, ao qual afirma não conseguir deixar o marido lhe tocar e que os problemas de ordem mundial são mais importantes que sexo. John, por outro lado, trai a esposa com a sua irmã Cynthia (Laura Giacomo). O casamento de aparências não ganha um clima clichê por conta da chegada de um velho amigo de John, Graham (James Spader). Ann e Graham logo se tornam íntimos por ambos apresentarem problemas com sexo. Graham é impotente enquanto Ann é frígida. A afinidade não dura muito até Ann descobrir que Graham guarda diversas fitas em que mulheres relatam suas experiências sexuais. Cynthia, ao saber do passatempo dele, sente-se tentada em conhecer Graham, uma vez que ela não tem escrúpulos no tocante a sua sexualidade. O toque erótico do filme não está nas cenas quentes entre Cynthia e John, e sim na tensão que se cria ao vermos a intimidade que se desenrola quando as protagonistas decidem ser gravadas. O incomum é o atrativo do filme, e se esse detalhe não fosse bem trabalhado, o resultado seria desastroso. No entanto, o mistério e a honestidade presentes no personagem de James Spader o premiou com uma Palma de Ouro no festival de Cannes




Graham é o único sincero sobre a sua vida íntima. John e Ann vivem desconfiando um do outro. Apesar de Ann aparentar ingenuidade, é ela que descobre sobre a traição e decide ser filmada por Graham. O que essas fitas de vídeo representam é uma válvula de escape para quem se sente retraída em relação aos seus sentimentos mais íntimos. A câmera não te julga diferentemente das pessoas, e por Graham se portar apenas como um telespectador, Ann se cativa por ele. 
O filme apresenta uma sequência que te mantém ligado ao que se desencadeia, diálogos diretos , porém um desfecho que não é tão surpreendente. Mesmo assim, Sexo, Mentiras e Videotape tornou-se um marco cult e é delicioso de se assistir pois sua simplicidade não exclui a possibilidade de reflexão sobre nossos segredos mais íntimos e como lidamos com eles ao nos relacionarmos com outros. 

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