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Larissa Oliveira
Sergipana e professora bilíngue, admira os mais diversos tipos de arte e já teve seu momento Twin Peaks, além de epifania ao ler o romance que dá nome a este blog, A Redoma de Vidro de Sylvia Plath. Este Blog nasceu em 2014 e é dedicado a críticas de filmes, livros, séries e música, sendo que as dos três primeiros contêm spoilers. Boa leitura!

Riot Grrrl não morreu: 50 bandas que impulsionam o movimento

 

Colagem feita por mim via Canva (créditos: Larissa Oliveira) 

Se você acreditava que o movimento punk feminista dos anos 90, Riot Grrrl, que combinava música punk, feminismo e política, era uma coisa do passado, você está completamente errad(a)o. O movimento inicial certamente é emblemático, pois abriu o caminho para que as meninas assumissem a frente do palco e pegassem instrumentos pelo mundo afora. Bikini Kill, Bratmobile e Heavens to Betsy são algumas das bandas mais conhecidas do período inicial e a primeira, liderada por Kathleen Hanna, destaca-se entre elas como a principal influência de muitas bandas femininas punk / HC dos anos 90 em diante. No entanto, a maioria dos grupos riot grrrl se desfez no final dos anos 90, principalmente devido a razões como a reação da mídia, a mercadoria lucrativa dentro da cultura dominante e conflitos interpessoais, este último apontado pela zineira e baterista do Bikini Kill, Tobi Vail, em uma entrevista de 2017 ao The Guardian.

No entanto, como observado no livro de Sara Marcus, Garotas à Frente, Riot Grrrl foi muito mais do que o que aconteceu no Noroeste do Pacífico / Olympia / Washington dos estados Unidos e não se limitou às meninas brancas; por exemplo, começou no Brasil em meados da década de 1990 e as gravações das bandas da época estão registradas no documentário: Faça Você Mesma. Portanto, à medida que as sementes do movimento se espalharam fora das regiões pioneiras, muitas pessoas têm abraçado a estética inicial, pegando instrumentos, fazendo zines, organizando festivais, Girl Rock Camps e etc., tudo isso com base em suas próprias experiências; então, sim, tem havido uma continuidade e a principal razão pela qual Riot Grrrl ainda importa é porque as mesmas questões que concerniam ao movimento inicial, como sexismo, abuso, aborto, sexualidade e etc., ainda precisam ser abordadas, especialmente em tempos como estes, em que o aumento  de governos de extrema direita ameaça sufocar os direitos das minorias, sem mencionar o impacto do #MeToo e de outras formas de protesto feminino que foram previstas pelas Riot Grrrls naquela época.

Além disso, as pessoas estão reinventando o Riot Grrrl ao falar sobre outras questões importantes que antes eram raras ou invisíveis no início, como variação de gênero e racismo. Com o advento da internet, riot grrrls de todo o mundo se conectam por meio de grupos no Facebook, tumblr, e-zines e zines físicas, e a rede é mais interseccional e conectada a outros gêneros musicais além do punk. Tendo isso em mente, decidi entrar em contato com várias bandas riot grrrl bandas que se autodenominam riot grrrl, não com base na minha suposição pessoalde diferentes países, a fim de organizar uma lista e obter uma citação delas sobre como acreditam impulsionar o movimento. Para as bandas que não conseguiram mandar citações a tempo, coloquei um trecho de uma música que traz conotações riot grrrl. A propósito, não esqueça de verificar os links nas palavras destacadas, pois irão te guiar para as fontes das bandas ;D.

Sou muito grata a cada banda que conversou comigo, também a cada pessoa que me ajudou no contato com as bandas e a todxs aquelxs que estão remodelando esse movimento incrível! Se você tem/ conhece uma banda riot grrrl isso significa que você tem certeza que a banda se identifica como riot grrrl e não é apenas uma suposição pessoal que não está incluída nesta lista, por favor deixe um comentário ou entre em contato comigo através do instagram @iwannabeyrgrrrlzine / facebook: @riotgrrrlss ou e-mail: iwannabeyrgrrrlzine@hotmail.com


 #apoieartistasriotgrrrl

VERSÃO EM INGLÊS DO ARTIGO: 

https://medium.com/@larissa_1/riot-grrrl-is-not-dead-50-bands-that-push-the-movement-forward-f399523b46f2

SPOTIFY PLAYLIST COM AS BANDAS EM DESTAQUE:

 https://open.spotify.com/playlist/31a7JHSHJYKV6HeojzPav4


1. Sharp Violet

A partir da esquerda: Jessica (guitarra solo); Jasmine (bateria); Liz (vocais); Allison (guitarra base) e Marie (baixo). Foto: Reprodução

Riot Grrrl é uma comunidade de mulheres fortes e poderosas que se unem para retomar nossos direitos e lutar contra a injustiça através da música punk rock - Sharp Violet

Sharp Violet é uma banda punk feminista de Lindenhurst, Nova Iorque, formada em 2016. Sua primeira baterista surgiu com o nome da banda inspirado em Violet Sharp, uma jovem empregada doméstica britânica envolvida no caso de sequestro de Lindbergh em 1932, conforme relatado em uma entrevista para a rádio any68. A banda lançou 5 singles: New York; Black Widow; These Are The Rules Boys; Domino Effect; She’s So Strange em plataformas de streaming como Spotify e Bandcamp. Domino Effect tem um videoclipe oficial e fala sobre o impacto inegável do movimento #TimesUp. É um vídeo tão legal que até chamou a atenção de Kathleen Hanna em seu perfil no cameo. A música delas me lembra a de artistas pop punk como Go Betty Go e Fabulous Disaster e eu mal posso esperar para ouvir mais coisas, já que estão gravando seu álbum de estreia neste ano. Até lá, podemos aproveitar a parte I de seu videoclipe recente para She's So Strange.

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2. Margaritas Podridas

A partir da esquerda: Carolina (baixo e voz); Alfonso (guitarra); Esli (guitarra) e Rafael (bateria). Foto: Reprodução

Não somos uma banda punk como a maioria das bandas riot grrl, mas certamente somos uma banda formada originalmente por mulheres feministas com a ideia de se tornar uma banda grunge só de garotas, mas foi difícil encontrar uma garota que tocasse bateria, então conhecemos uma cara chamado Rafael que tocava bateria e ele entrou na banda. Agora outro garoto está na banda, o nome dele é Alfonso Lopez e todos nós fomos inspirados pelas mesmas bandas e nos identificamos com a mensagem e o propósito das bandas riot grrrl. Criar espaços nos quais as mulheres sejam criadoras, artistas, líderes de suas bandas e participem ativamente sem que os homens as assediem ou incomodem. Todas nós apoiamos o movimento feminista, nós meninas como feministas e os caras, claro, eles são conscientes, se preocupam, são informados, mas não se autodenominam feministas por respeito ao movimento. Eles entendem que têm outro papel nessa luta. Mas acho que nos encaixamos na categoria porque somos uma banda do norte do México que começou porque eu, Carolina e uma amiga chamada Sofia, éramos tão apaixonadas por Hole, Babes in Toyland, Bikini Kill, bratmobile, L7 e também Nirvana. Por esta razão nós começamos a banda para desafiar a cena / indústria do rock masculino que critica as mulheres mais fortemente centradas na execução de seus instrumentos do que na arte e na mensagem de nossa música. Começamos essa banda com a esperança de dar a outras meninas a motivação para começar suas bandas em nossa cidade, abrimos espaço para nós mesmas, gravamos nosso primeiro álbum Porcelain Mannequin inspirado em todos esses tópicos de violência contra mulheres, relacionamentos abusivos, irmandade, feminicídio e outras questões relacionadas às mulheres, como padrões de beleza e distúrbios alimentares. Acho que pertencemos a esse lugar porque não acho que nos identificamos com nenhuma outra comunidade. - Carolina Enríquez, baixista e vocalista do Margaritas Podridas

De Hermosillo, México, Margaritas Podridas já foi chamada Rotten Daisies quando sua música era composta principalmente em inglês. Seu EP de estreia em 2018, Porcelain Mannequin é uma joia do grunge com nuances adicionais de shoegaze e punk. Eu particularmente a-d-o-r-o a faixa Hurt Heart. No início, a intenção da banda era ser uma grunge kinderwhore só de garotas, mas como é difícil encontrar meninas instrumentistas por lá, elas têm contado com dois caras talentosos e pró-feministas. Ter membros masculinos em bandas feministas pode ser um desafio, mas tanto Alfonso quanto Rafael "não se autodenominam feministas por respeito ao movimento. Eles entendem que têm outro papel nessa luta". de acordo com a vocalista Carolina. Margaritas Podridas está trabalhando em seu segundo álbum, que será totalmente gravado em espanhol, abordando questões relevantes como a violência doméstica mexicana. Veja o que está por vir curtindo o vídeo oficial do mais novo single, Wow.

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3. Cosmogonia

Atual formação da Cosmogonia: Gabriela (vocal); Maria (guitar); Andressa (baixo) e Daniela (bateria). Foto: Reprodução

Nunca deixamos de nos identificar com o Riot. Sendo mulheres no cenário independente, na contra cultura punk sempre lutando pela igualdade de gênero. Todas as formações sempre levaram a identificação do Riot como a base da Cosmogonia e todas as mulheres que já passaram pela banda e que estão hoje! - Cosmogonia

Uma das primeiras bandas Riot Grrrl do Brasil, Cosmogonia foi formada em 1993 em São Paulo. É definitivamente uma das minhas maiores influências do Riot Grrrl, além de outros primeiros atos do riot como Dominatrix, TPM e Bulimia. Elas lançaram um EP chamado Demo Tape em 1998 abordando temas como papéis femininos impostos e alienação da mídia. Diferente da maioria das bandas riot grrrl dos anos 90, o Cosmogonia permaneceu ativa até meados dos anos 2000. Após um hiato de 12 anos, a banda voltou inspirada no boom de bandas de rock feminino no país. No ano passado, lançaram um EP chamado Reviva! que visa lutar contra as mesmas camadas de sexismo do período inicial. Assista à incrível performance ao vivo do single 'O Sentir Que Violenta' aqui.

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4.Testera

Da esquerda: Iara (bateria); Chrysanthi (baixo, voz); Kopros (teclados, vocais) e Mandy (na frente-na guitarra, vocais). Foto: cortesia da banda

[Testera se encaixa perfeitamente no movimento Riot Grrrl] por nos tornar visíveis, estando lá fora, capacitando as mulheres a falarem, começarem uma banda, pegarem um microfone, uma baqueta, uma guitarra ou o que for e ocuparem espaço no cenário musical . - Testera

Banda pós-punk de Atenas, Grécia, Testera aborda diferentes temas em sua música como o fim do mundo, assédio nas ruas, empoderamento das mulheres etc. Elas lançaram um LP autointitulado em 2018 gravado em sua língua nativa e certamente nos traz de volta aos dias de glória das grandes bandas pós-punk lideradas por mulheres europeias como LiLiPUT e Carambolage. Eu também recomendo a banda bedroom pop de Chrysanthi, PapithedogTV.

Entre em contato com a banda-testeraband@protonmail.com


5. Calico Fray

A partir da esquerda: Elle (guitarra, baixo, masterização, backing vocals); Jess (bateria, backing vocals) e Catherine (vocal principal, baixo, guitarra). Foto: Reprodução

Acho que estamos impulsionando localmente o movimento riot grrl para a cena, procurando as garotas em nossos shows, promovendo através de nossas letras a conversa sobre como zombar do corpo pode acabar com alguém, como a doença mental é real, trabalho sexual é trabalho real, incluindo mulheres de todas as esferas da vida. Estamos dizendo a elas que elas têm o direito de ficar com raiva e que sua raiva deve ter permissão para ser expressa. Também participamos da denúncia de agressores sexuais na cena musical e de todos os protestos pelos direitos das mulheres que podemos. Basicamente, se você for um idiota machista, não poderá tocar com a gente. - Calico Fray

Calico Fray é um trio punk de Montreal, Canadá. Elas são inspiradas no estilo kinderwhore dos anos 90, especialmente o de Courtney Love. Seu EP de estreia, Sweet, Sad and Gross, foi lançado recentemente como um disco ao vivo no Bandcamp e traz canções de experiências pessoais; e pessoal torna-se político quando você é uma riot grrrl, conforme cantado em Pink Mess: Foda-se a igreja, fodam-se as terfs. Fodam-se nazistas, fodam-se swerfs. Calico Fray também representa a transvisibilidade do movimento e nos mostra que o punk precisa mais do que nunca ser um lugar seguro para essa comunidade. Confira esta poderosa performance da faixa 'Rewind And Play'.

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6. Riot Spears

A partir da esquerda: Svenja (backing vocals e baixo); Blanca (backing vocals e bateria) e Martha (vocais, guitarra). Foto: Reprodução

Bandas do movimento riot grrrl dos anos 90 como Babes in Toyland, Bikini Kill and Hole nos inspiram e também formaram muitas outras grandes bandas (até mesmo o Nirvana) que nos inspiram também. Ouvir essas músicas nos dá a coragem de tocar nossos instrumentos juntas em uma banda e sentir a raiva que carregamos dentro de nós. As riot grrrls deram voz e expressão a essa raiva e se conectaram para deixar esse som crescer. Esse espírito é o que também estamos tentando manter. - Riot Spears

De Berlim, a banda pop alemã Riot Spears é definitivamente um dos grupos riot grrrl mais criativos que existem, começando com o nome da banda! Elas lançaram algumas demos grunge no SoundCloud ano passado e seu primeiro EP meses atrás. I'm not an object, not yet a person é a trilha sonora perfeita para um filme de punk psicodélico (na verdade gosto de tocar a faixa Harvester 2x assistindo a um clipe do filme 2001: A Space Odyssey :p). Riot Spears lançará seu primeiro álbum chamado BAD em breve pelo selo Ladies&Ladys. O trio também participou da incrível iniciativa de jam feminista chamada GRRRL-NOISY, que eu recomendo fortemente!

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7.Girl Gang 

A partir da esquerda: Dana e Frankie (vocais e instrumentos múltiplos). Foto: Reprodução

Temos a sorte de entrar seriamente na música no auge do movimento Riot Grrrl. Quando você é uma garota com uma guitarra, você procura as outras garotas com guitarras. Encontramos Sleater-Kinney, L7, Bikini Kill e bandas semelhantes logo no início. Garotas incríveis fazendo o trabalho de "meninos" foi tão inspirador de ver. Portanto, agora, como mulheres na casa dos 30 anos, ainda abordamos cada projeto com uma atitude DIY. Fazemos todos os adereços para nossa série na web e gravamos todas as músicas. Tocamos todos os instrumentos no estúdio. Nunca nos limitamos ao que podemos fazer. E é porque tínhamos essa cultura de mulheres fodas para admirar. Fim… - Girl gang

Banda de Los Angeles, Girl Gang é uma dupla que toca músicas folk e punk e algumas delas fazem parte de seu primeiro EP chamado Three. A dupla também lançou uma série perspicaz na web chamada "The Whole Show", inspirada em programas nostálgicos dos anos noventa como Daria. Eu já assisti aos dois primeiros episódios e dei boas risadas sobre suas aventuras na formação de uma banda de garotas; se a MTV ainda fosse relevante, "The Whole Show" seria um perfeito encaixe. Se você gosta de bandas que são muito comunicativas com os fãs e respiram a cultura DIY, Girl Gang é a banda para você!

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8. Harriers of Discord


Da esquerda: Duane (baixo); Aimee (voz e guitarra) e Marcus (bateria). Foto: Reprodução

 

Então eu acho que a maior coisa que tentamos fazer é garantir que as bandas lideradas por mulheres sejam ouvidas tanto quanto todas as masculinas. Nós tocamos em um monte de eventos onde eu posso ser a única garota no palco, e quando as pessoas comentam, tipo "Eu não sabia que você tocava daquele jeito" ou presumem que eu apenas canto ou toco baixo no fundo, isso me faz pensar em todas as artistas fodas que conhecemos que estão sendo sub-representadas porque na cena musical, a maioria é masculina (ou assim as pessoas pensam). Então, quando reservamos shows, sempre acabamos escolhendo músicos incrivelmente monstruosos para se juntar a nós, e adoramos nos inclinamos para bandas lideradas / incluídas / influenciadas por mulheres, porque como mulher, eu também quero ver garotas no palco, me surpreendendo também. E não queremos excluir ninguém de se divertir em um show ou fazer uma garota na multidão pensar que ela não pode estar lá em cima, um dia. E eu acho que é importante fazer com que as pessoas que digam coisas como "ah, eu não gosto de cantoras" ou "bandas femininas" ou "feminazis" realmente assistam a artistas femininas. Dessa forma, quando eles começam a ver mulheres no palco, eles começam a ir aos shows com a mente aberta e esperando um grande show e apoiando você ativamente ao invés de entrar e subestimar você imediatamente. Acho que nossa música é, honestamente, uma ótima ponte para esse tipo de coisa, porque somos pesados e rápidos e (só porque me disseram 1000 vezes) eles simplesmente não esperam nada de mim, e como tantas outras mulheres artistas, você só precisa abrir o caminho para o cérebro delas e fazer com que parem de olhar para vocês como se você não soubesse o que está fazendo, ou parem de esperar que você cante "bonito" só porque seus seios são maiores que os deles. - Harriers of Discord

Residentes de Asheville, NC, Harriers of Discord começou como um ato solo da artista Aimee Jacob em 2014. Inspirada por vários gêneros musicais, como surf e música ocidental, Aimee lançou 3 discos antes de se unir a outros membros para formar um quarteto. Harriers é o tipo de banda que te deixará maravilhado(a) pela qualidade de seu amplo catálogo de experimentação musical. O trio lançou recentemente um excelente cover de SOS do ABBA.

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9. Pjs at Punkphie's


A partir da esquerda: Sophie (guitarra e voz); Sofía (baixo) e Sofi (bateria). Foto: Reprodução 


No México, o feminismo é um assunto amargo. Como uma mulher que vive em nosso país, você nunca está segura. Você tem que sobreviver aqui, nunca se sabe SE vai chegar em casa toda vez que sair. As pessoas aqui esperam que você fique quieta e pense "meninos são meninos", subestimam o feminismo e acham que estupro, feminicídio e agressão sexual são coisas do dia a dia aqui, e que deveríamos apenas tentar conviver com isso, nos adaptar. As pessoas não conhecem o movimento riot grrrl aqui, o punk não é tão popular no México. A única banda punk feminina mexicana que ganhou algum reconhecimento é Las Ultrasónicas no final dos anos 90 e início dos anos 2000 até agora. Achamos que o feminismo e o movimento riot grrl se tornaram e VÃO se tornar um tópico político muito importante para todos nós no México, não apenas para as mulheres. Nós nos unimos, reclamamos da maneira mais crua possível sobre questões que nos afetam diretamente como meninas, fazemos músicas que os incomodam, não vamos ficar caladas. - Pjs at Punkphie's

Com qual Sofia você se identifica? Estas são três bruxas punk que amam colagens, filmes de terror e lutam contra caras escrotos. Pjs já lançou um EP irresistível chamado Sugar, Spice & I'll Kick Your Ass! cantando em inglês e espanhol. Se você amou a era riot grrrl de Kate Nash, também vai adorar essa banda mexicana que tem trabalhado em novas músicas e tenho certeza de que vai soar tão legal quanto seu trabalho de estreia.

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10. Judith Judah


Da esquerda: Julie (guitarra, voz); Shay (baixo) e Clém (bateria, voz). Foto: Reprodução 

Judith Judah é um trio de amigas que tenta expressar sua raiva, experiências de vida e sentimentos em sua música. Então, em seu EP Our bodies, our choices (2019), você ouvirá canções sobre injunções sexistas, queixas masculinas, assédio sexual, relações tóxicas, mas também amizade, continuando lutando mesmo quando é difícil, sororidade, gentileza e amor verdadeiro. Para resumir, por meio de sua música dark riot queer, elas estão falando (alto, muito alto ^^) sobre a destruição do patriarcado e do capitalismo, e também sobre a importância de se preocupar uns com os outros porque em um mundo cheio de lucro e egoísmo, ser gentil é ser punk! É assim que Judith Judah tenta impulsionar o movimento riot grrrl. - Judith Judah

De Bordeaux e Paris, França, Judith Judah é uma banda dark riot queer que explora temáticas feministas combinando tempos lentos e pesados. Você também ficará surpreso(a) ao ver como os vocais de Julie e Clém combinam perfeitamente em cada música. Pronto para gritos provocativos, distorções de guitarra e planeta feminino? Dê uma olhada no primeiro EP chamado Don't Try to Teach us How, lançado ano passado.

This land is ours just like it’s yours & we’re not begging for it It’s a claim ! Power and fear Hate, scorn and tears. (track:territorial ceiling)…assim como In Utero do Nirvana, espere um pouco depois do final da última faixa para uma surpresa poderosa =)

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11. Ratas Rabiosas

Formação atual de Ratas Rabiosas, a partir da esquerda: May (bateria); Amanda (guitarra e voz), Angelita (baixo, voz), Gio (voz). Foto: Reprodução

Além das referências das bandas que criaram e compuseram o movimento desde sua criação e de continuar passando mensagens sobre libertação feminina, achamos importante que o que falamos seja reflexo da nossa realidade enquanto trabalhadoras brasileiras, seja reflexo de todas as demais violências que o sistema causa às trabalhadoras e trabalhadores. - Ratas Rabiosas

Ratas Rabiosas é uma banda punk / HC formada em 2013 em São Paulo, Brasil.  Ratas já lançaram um EP homônimo e um álbum completo intitulado Sonidos de Combate. Elas também participaram de uma compilação feminista produzida em 2014 pela banda liderada por mulheres Útero Kaos. Os trabalhos da banda transmitem os efeitos do preconceito racial, a legislação brasileira sobre violência doméstica conhecida como Lei Maria da Penha, a exploração do trabalho latino-americano etc. O quarteto está trabalhando em um novo álbum chamado Guerra Urbana e lançou trechos de novas músicas no sua página do Facebook. Ouça a homenagem à falecida ativista negra e vereadora carioca Marielle Franco, que foi brutalmente assassinada em 2018. Ainda não sabemos quem matou Marielle e ela se tornou um símbolo da resistência no país. É crucial que outras mulheres mantenham seu legado vivo!

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12. Lavender Witch


Da esquerda: Delphine (vocais); Nina (guitarra); ao lado dela Nathalie (bateria); na frente de Nathalie, Gudrun (baixo) e à sua esquerda, Anne Sophie (guitarra). Foto: Reprodução

Começar uma banda como mulheres e feministas é importante para oferecer algum equilíbrio na cena musical dominada por bandas de meninos e para inspirar as meninas a pegar um instrumento e começar suas próprias bandas, assim como as primeiras bandas riot grrrl nos inspiraram. Nossas canções são mensagens sobre o que é ser uma menina em nossa sociedade patriarcal e que, juntas, podemos lutar e mudar essa forma de pensar de merda que cheira a naftalina. Também escrevemos zines, como uma banda e algumas de nós por conta própria, o que também pode se encaixar nessa tradição feminista DIY de fazer zines que o riot grrrl incentiva. - Lavender Witch

Você se lembra do grupo Ameaça Lavanda da segunda onda do feminismo que lutou pela inclusão das questões lésbicas no movimento? Bem, digamos que seu espírito revolucionário ainda inspira as mulheres hoje e que as mulheres têm lutado por outras causas relevantes, como a trans-revolução e o anti-racismo. Se você combinar essa luta com grunge, feitiços e zines, você terá a banda de Bruxelas, Lavender Witch. Elas lançaram recentemente seu álbum de estreia, Awakening, que vem junto com um zine A5 de 24 páginas com letras / feitiços, fotos, etc. Eu assisti à sua performance ao vivo do álbum no Girls Go Boom meses atrás e garanto que elas soam tão bem quanto em estúdio. Além disso, Nina é uma excelente zineira e faz a arte para a banda; sou uma grande fã dos seus trabalhos! A banda está trabalhando no vídeo oficial da faixa Not My Sister e estou ansioso para dar uma olhada. Você também ,não? :)

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13. Holly Lanasolyluna


Holly em 2012. Foto: Reprodução


Eu acredito que no cerne do movimento riot grrrl está a promoção (interseccional) do feminismo, da inclusão e de uma ética DIY, e acho que minha música incorpora todos os três, enquanto experimento uma estética única. Sempre vi o riot grrrl como um estilo de vida, mais do que um "gênero" de música. Como música e co-proprietária de um pequeno espaço ao vivo DIY secreto, quero criar discussões e oportunidades através da música. (Durante o dia, sou professora universitária e trabalho para promover a igualdade nos temas que discuto com meus alunos.) - Holly Lanasolyluna

Ato solo de Tóquio, Japão, Holly Lanasolyluna escreveu sua primeira música em 2010 em um teclado de brinquedo que ela encontrou em uma loja de sucata em Kyoto por um preço em conta. Ela também usa sintetizadores dos anos 80 e 90 para produzir sua própria música, sim, ela é totalmente dedicada ao diy e tem feito o possível para criar um espaço seguro para artistas marginalizados usando um dos quartos de sua casa para mulheres, pessoas não-binárias, japoneses e para aqueles que buscam liberdade de expressão (o que é uma coisa realmente difícil no Japão) para transmitir ao vivo suas apresentações. As canções de Holly problematizam a cultura de ídolos de seu país, bem como a sexualização de meninas. Ela tem muito mais a contar, então ouça seu disco lo-fi chamado Sake Amnesia.

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14. The Heroine Whores


Da esquerda: Eli (baixo); Martin (bateria) e Tracy (guitarra, voz). Foto: cortesia da banda 

Mais uma vez, garotas à frente.Usando suas almas para nos empoderar, agora é hora de estar no auge novamente. Queime o palco, nós pagaremos o preço - Letra traduzida de Burn the stage por Heroine Whores

Banda punk grunge de Leipzig, Alemanha, The Heroine Whores está ativa desde 2009. A banda já lançou três álbuns e dois EPs e já fez turnês na Europa e nos Estados Unidos. No início deste ano, eles lançaram um novo single chamado Burn The Stage pela Pauli Punker Records, e estou muito animada para ouvir seu próximo álbum! Se você adora Hole, Dickless e Mudhoney, THW certamente deve estar em sua playlist. Além disso, a vocalista Tracy possui um projeto super interessante chamado Fight Like A Grrrl- Booking, que visa divulgar bandas riot grrrl com pelo menos metade dos instrumentos sendo tocados por mulheres. É sempre inspirador quando bandas feministas promovem esse tipo de iniciativa, não é? ♥

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15. Passionless Pointless 


Da esquerda: Evelyn (guitarra, voz); Kate - na frente (baixo, backing vocals) e Jyoti (bateria). Foto: Reprodução

Com problemas de gênero desde os três anos de idade, vivi uma realidade que você talvez não veja, mas sei de algo que seria bom para mim, transcendendo a anatomia -Letra traduzida de Body-Negativity Demo por Passionless Pointless

Se alguém me apresentasse Passionless Pointless sem nunca tê-la ouvido antes, eu definitivamente diria que era uma banda sludge de meados dos anos 80 que mais tarde inspirou PJ Harvey. Bem, PP é na verdade uma banda atual de Berlim, Alemanha, e prestando atenção nas letras presentes em sua fita The Rockhaus Live Demos, percebi que todas dialogavam comigo de alguma forma; assim como as narradoras das canções, também tive que deixar algumas pessoas tóxicas e seus ridículosidades para trás. A vocalista e guitarrista Evelyn é a principal compositora da banda e ela também é dona de uma incrível gravadora e fanzines oldschool chamadas vinyldyke. 'Cabelo sujo e uma risada que é má' canta Donita Sparks do L7 em 'Fast and Frightening' e esse é o espírito de Passionless Pointless. 

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16.Putan Club

Da esquerda: François (vocal e guitarra); Zoé (bateria, vocal) e Gianna (baixo, vocal) Foto: Carlo Mazzotta


Putan Club não sabe se eles têm impulsionado o movimento [Riot Grrrl]. O que eles têm certeza é de que a causa é enorme. Por exemplo, adoraríamos entrar para as YPJ (Unidades de Proteção à Mulher) ou ser Mujeres Libres em 1936. Militantes, lutadores, ativistas, artistas: ainda estamos todos no começo de tudo. O caminho mal começou e o idiotas estão por todo lado. -  Putan Club

A banda francesa e italiana Putan Club está ativa há anos e já fez turnês em continentes como África e Ásia. Eles também têm uma ampla experimentação em música abordando diferentes gêneros e temas; Filles de Mai prova isso, pois traz mensagens feministas diretas que ecoam as mulheres da revolução de 1968 e também de outras épocas. O álbum também fala sobre os cânceres sócio-políticos e econômicos que nos permeiam. A fusão de techno-punk, eletrônico-industrial e hip hop se encontra com manifestos maravilhosos que estimulam uma experiência única para a mente e o corpo. Como se eles não pudessem ser impressionantes o suficiente, há esta colaboração incrível com o ícone no wave Lydia Lunch.

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17. Doña Pacha

Kathy (baixo; vocais de apoio); Doña Chir (bateria); Maritza (vocais); Ña Claudia (guitarra, backing vocals). Foto: reprodução

Ser uma banda em um país latino-americano onde o patriarcado e a cultura machista imperam no dia a dia, ser mulheres punk e zombar dessa realidade é a definição de impulsionar o movimento riot grrrl - Doña Pacha

De San José, Costa Rica, Doña Pacha se autodefine como "Sátira machista em busca do feminismo". A banda foi formada há alguns anos e ganhou um grande engajamento nas redes sociais com os fãs que seguem suas performances irreverentes e compram seus merch bem legais. Doña já lançou um single, um EP e um split. Se você adora bandas como Fea e Bratmobile, Doña Pacha é igualmente incrível. Mirá… ¿Cómo vas? é minha faixa favorita e a banda estará lançando seu EP em formato físico após essa pandemia, oba !!

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18. Guitar Gabby e The TxLips Band

Gabriella "Guitar Gabby" Logan. Para ver a programação dinâmica da banda clique aqui. Foto: cortesia da artista

 Com certeza! "Guitar Gabby e The TxLips Band têm impulsionado o movimento riot grrrl criando nosso próprio caminho. TxLips Band, LLC. é um coletivo de mulheres negras fodonas em todo o mundo com o único propósito de representar as mulheres negras na indústria musical e lembrando ao mundo que Pussy é Poder, não importa como você se identifique. - Guitar Gabby

De Atlanta, EUA, Guitar Gabby tem pavimentado o caminho para mulheres negras que não se sentiam representadas pelo movimento riot grrrl inicial. Ela é sua própria empresária, faz turnês coletivamente com mais de 15 mulheres negrxs em todo o mundo e também conduziu um workshop de autogestão para adolescentes em parceria com Girls Rock Camp Roanoke. Em 2018, o The Txlips lançou Queens of the New Age e fez uma turnê pela primeira vez; há um videoclipe incrível para a faixa Another Tear e você pode localizar a mesma faixa em seu novo álbum chamado Prison of Life. Eu simplesmente amei a mistura de gêneros em 'Gunslinger' e a canção riot grrrl roots 'The Great Mistake'. A estreia solo de Gabby também aconteceu este ano com o melódico Musicology. A faixa 'COVID-19 Interlude to 2020' acalma o caos que temos vivido. Eu acredito que este é o álbum perfeito para este momento porque todos nós precisamos de arte para sobreviver. 

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19. Brutal Mary


A partir da esquerda: Ana (guitarra, voz); Arthemys (baixo, voz). O nome do baterista é João. Foto: Reprodução

 Ele não suporta que você seja mais inteligente, ele não suporta que você ame seu corpo, você não pode mais queimar a bruxa, mas se pudesse, eu juro que ela renasceria - letra traduzida de Bruja, de Brutal Mary

Da capital federal do Brasil, Brasília, Brutal Mary começou como um trio punk feminino. Ao ouvir o EP homônimo, pode-se perceber que a banda se inspira nas pioneiras locais do riot grrrl, como Kaos Klitoriano e Bulimia. As canções foram compostas em português e inglês e transmitem mensagens de abuso, abandono feminino e relações tóxicas. Como vítima de um relacionamento abusivo, posso me identificar muito com a faixa Bruja. Muito se tem falado sobre abuso no rock, mas ainda é preciso abordar esse assunto porque não houve mudanças efetivas na forma como a sociedade o trata. Além disso, o vocal de Arthemy lembra o da cantora  punk / HC Sergipana, Daniela, do Renegades of Punk

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20. Deborah Benenati

Deborah Benenati. Foto: Reprodução 

Riot grrrl é um estilo de vida, é um estado de espírito, é um movimento. Sempre lutei pelos direitos das mulheres, comunidade lgbt + e vidas negras. Quando descobri o movimento riot grrrl, um novo mundo se abriu para mim, adorei o poder das mulheres, suas letras e sua atitude. Essas grrrls me fazem sentir poderosa. Ninguém me conhece e ninguém liga para a minha música, mas quando encontrei o riot grrrl percebi que queria gritar e tocar minha guitarra e não me importava com a opinião das pessoas. Então comecei a escrever músicas e fazer covers. Com minha música, quero compartilhar meus sentimentos com outras pessoas e dar-lhes poder. O movimento riot grrrl ainda é importante porque há muitas grrrls como eu que querem gritar e acabar com a discriminação. Com nosso poder podemos lutar contra a discriminação, a sociedade machista e o estupro. Minha música é inspirada principalmente em grunge, riot grrrl punk, punk e rock alternativo. Minha maquiagem é inspirada em Courtney Love, Kat Bjelland e outras grrrls -Deborah Benenati

De Caltagirone, Itália, Debbie é uma artista solo que grava suas próprias canções, bem como covers de suas bandas favoritas, como Pink Floyd e 4 Non Blondes. Sua voz eufônica é uma combinação perfeita para canções de Belly e Throwing Muses, por exemplo. Aliás, a cantora tem dois perfis no Instagram que ela dedica a ícones do punk feminino e a Kurt Cobain. Debbie tem planos de pegar sua guitarra elétrica para gravar outras canções dela mesma. Vamos todos torcer para que ela lance um EP ou um álbum e prospere em sua carreira =).

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21. Cat Head


 A cantora de Cat Head, Al Petroni. Foto: Reprodução
                                
O assunto é bem amplo e eu o encaro de maneira ampla... Digo, não é apenas falar "disso ou daquilo" quando queremos falar da essência do movimento Riot Grrrl. Quando uma mulher faz arte e faz música, e ela vai em frente, mesmo com todo boicote, ela é uma riot grrrl. Veja só: é evidente que os espaços na Arte e na Música são preenchidos massivamente pelos homens.
E muitos esperam que você, no máximo, seja uma groupie... e no caso da arte, esperam que você, no máximo, seja uma modelo vivo. Calma! Não vejo problema profundos em ser modelo vivo ou groupie, mas eu não me entendo ali e lá. Você vai em museus e, apesar de toda uma gama gigante de artistas mulheres que existiram e deixaram sua arte (e de todas as que estão vivas fazendo arte), os espaços ainda são dos homens. E sim... existe um boicote velado. Mas é preciso sempre ir contra essa força e não desistir. Sim! Requer determinação e paciência. Eu, por experiência própria, te falo o quanto é difícil para uma mulher formar uma banda - componho desde os 14 anos..com 16 anos comecei a tentar formar e manter banda. Hoje tenho 35 anos, e até hoje não consegui formar banda. Ora por que os caras preferem tocar com bandas cover, ora porque simplesmente não "acreditam" no trabalho autoral (em geral, quanto mais autoral encabeçado por mulher!).Com o tempo eu repensei a questão "conceito" banda e segui um caminho "projeto" com collab, onde ninguém é fixo comigo. Por exemplo, como a Bjök e a PJ Harvey acabaram adotando.- Al Petroni

Al Petroni é de São Paulo, Brasil, e ambas estudamos pedagogia na mesma universidade :O. Outra coincidência é que amamos as mesmas mulheres do rock como Siouxsie e The Banshees, Sinéad O'Connor, Tori Amos e Cocteau Twins. Com seu projeto grunge, Cat Head, a também colagista e pintora deixou fluir suas melodias criativas ao lançar dois singles. Há também um videoclipe caseiro em preto e branco intimista para pieces of a particular hell; a música dela já foi tocada em várias rádios no exterior e vai te deixar apertando o replay ;D.

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22. 24/7 DIVA HEAVEN

A partir da esquerda: Karo (baixo, backing vocals); Mary (bateria) e Kat (guitarra, voz). Foto: Maren Michaelis

 Estou tão entediada hoje, estou um caco, inquieta (?) de qualquer maneira. Sem sexo, sem drogas, sem TV em cores, nada mudou, nenhuma variedade. Meu corpo está queimando, não sinto calor. Silêncio fúnebre é tudo de que preciso. Sinto-me tão fraca, com as mãos trêmulas, ninguém consegue me tirar da cama. Ah você é tão ... (2x). Toque me! (3x) por favor. Depressão, otária, você é uma parte de mim - Letra traduzida de Doctor Touch por 24/7 DIVA HEAVEN

 24/7 DIVA HEAVEN é uma banda de Berlim e possivelmente é a mais legal que sua mãe já ouviu, haha ​​(piada tirada de suas redes sociais). No entanto, acho que você vai achá-las os mais legais por causa de seu estilo deusas do rock dos anos 70 e por seus gêneros musicais híbridos que combinam elementos de sludge metal, stoner rock, grunge e outros encontrados em seu EP 2018, SUPERSLIDE. A faixa Half Moon me viciou e eu adoro como cada instrumento é perfeitamente elaborado no álbum. Observe as garotas tocando a faixa mencionada ao vivo e veja como são fodas. 24/7 estão trabalhando em seu primeiro álbum completo e elas vão absolutamente chamar sua atenção assim como fizeram com Jennifer Finch :).

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23. Cherry & The Fever Dreams

Da esquerda: Zara (bateria); Emia (guitarra) e Emily (voz). Foto: Reprodução

Riot grrrl deve se concentrar em ser mais inclusivo com as mulheres de cor e mulheres trans, para um movimento saudável TODAS as riot grrrls devem se sentir representadas. O movimento precisa apoiar riot grrrls em todos os campos, enquanto amamos música, é ótimo ver aquelas que pegam sua ética do movimento e a aplicam em seus empreendimentos. E outras bandas riot grrrl - vamos apoiar umas às outras para entrar no mainstream! Permitam-se ser experimentais e pensar livremente como quiserem. Cherry & The Fever Dreams é uma banda totalmente feminina, o que infelizmente é raro na indústria musical de hoje e algo que pretendemos mudar - Cherry & The Fever Dreams

Oh, os nostálgicos anos noventa cheios de riffs de guitarra mágicos e bandas inglesas legais lideradas por mulheres como Echobelly, Lush (1987-) e Sleeper! Se você sente falta de bandas com essas vibrações, não deixe de ouvir Cherry & The Fever Dreams. Elas são uma banda só de garotas de Kent, Reino Unido, e recentemente lançaram seu primeiro single e clipe, 1817, inspirado no estilo diy do bedroompop. 1817 já tocou na rádio BBC e isso com certeza foi um passo significativo para a banda. Eu só espero que elas gravem mais coisas juntas e cheguem aonde quiserem; elas merecem isso!! ;)

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24. Nycolle Fernandes

Nycolle Fernandes. Foto: Reprodução

 Sempre me identifiquei com o Riot Grrrl desde que conheci o movimento grunge. Minha música não é inerentemente riot grrrl porque eu canto em apenas uma música e minha música não é política, embora eu esteja trabalhando em um material riot grrrl para o futuro. Além disso, acredito que é super importante compartilhar música feminina e, embora existam muitas bandas masculinas sexistas por aí, as mulheres estão sendo riot grrrls apenas por cantar e tocar instrumentos- Nycolle Fernandes

De São Paulo, Brasil, Nycolle Fernandes gravou seu primeiro EP, When the Sun Comes, usando um celular antigo. As músicas experimentais evocam elementos da música atmosférica e shoegaze que vão  te embalar e provocar também reflexões sobre a vida e seus mistérios, como afirma a artista. Nycolle também participou de duas compilações brasileiras explorando mais de sua gama artística. Além do mais, ela contribui para uma página grunge incrível no Facebook, compartilhando trabalhos de mulheres artistas. Confira seu perfil no soundcloud para mais de suas experimentações musicais ^^.

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25. Bertha Lutz

A partir da esquerda: Rafa (baixo, vocais); Carol (bateria); Bah Lutz (vocais); Gabi (guitarra) e Debris (guitarra, voz - ela está ausente nesta foto). Foto: Amanda Goes

O riot girl no Brasil tem outra cara e outro sentido do que a cena do USA em 90. Estamos a cada dia criando um novo significado do que é o Riot nas nossas vidas e expressões artísticas da banda. Reivindicando uma nova conceituação de RiotGrrrl sudaka preta gorda sapatão trans e queer. O riot branco e colonial não nos cabe e nesse ponto construímos a partir do nosso "não lugar".-Bertha Lutz

De Belo Horizonte, Brasil, a banda de hardcore Bertha Lutz foi batizada em homenagem à figura principal do movimento feminista pan-americano de mesmo nome e já toca há mais de dez anos. Em 2018, lançaram o EP Minha Resistência é Minha Revolução, captando fortes gritos de guerra para feministas que também ouvem funk brasileiro e buscam representação; também para outras vozes marginalizadas que mal encontram lugar no hardcore. Citam mulheres negras como Luana Barbosa e Claudia da Silva que foram mortas covardemente pela polícia. Depois de seis anos, policiais acusados ​​de arrastar o corpo de Claudia por 350 metros ainda não foram julgados ou punidos !!! Bertha Lutz incorpora um feminismo que nasce de uma práxis anti-policial e anti-racista. A cena rock brasileira deve se orgulhar de ser representada por esta banda desafiadora e de longo alcance.

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26. Arre! Arre!

Da esquerda: Mattis (guitarra); Katja (baixo; voz); Totta (bateria) e Anna (guitarra, voz). A banda tem uma nova baixista chamada Alice. Foto: cortesia da banda

Não há nada que você possa fazer comigo que já não tenha sido feito para nós, não há nada que você possa me dizer que já não tenha sido dito para nós. O peso da História está em meus ombros; fomos aterrorizadas, fomos canonizadas, fomos queimadas na fogueira, fomos crucificadas. Nós vimos de tudo- Letra traduzida de I Feel It All por Arre! Arre!

Arre! Arre! é uma girl gang de Malmö, Suécia que estará ao seu lado quando o sol se puser e você se sentir triste, e será a melhor companhia de todos os tempos. A banda lançou 5 trabalhos entre LPs e EPs e eu tenho meu favorito que é Tell Me All About Them. É o hino definitivo para riot grrrls que eleva nossa moral e manda os machistas irem seriamente se fuder. Em agosto deste ano, elas lançaram um novo EP chamado Heavy Breathing defendendo a sexualidade feminina sem precisar se justificar. "A sexualidade cheia de celulite, risos, amor próprio e vontade própria!" como citado por elas no bandcamp. Então, prontos ou não, aí vêm elas e você não pode se esconder!!

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27. Secondhand Underpants 

Da esquerda: Fulden (voz, guitarra); Temmuz (vocais, bateria) e Ceren (vocais, baixo). Foto: Reprodução

Secondhand Underpants começou quando três de nós nos mudamos para Istambul para a faculdade. Até aquele ponto, tocávamos metal juntas no colégio e éramos sujeitas a tantas sacanagens machistas na cena metal, o que realmente prejudicou nossa autoestima no longo prazo. Mas o riot grrrl é incrivelmente poderoso e realmente falou conosco como mulheres jovens. Então começamos a tocar apenas para nós mesmas. Tocar apenas para nós mesmas foi um processo de nos fortalecermos juntas. Gravamos e lançamos dois EPs antes de voltar para Istambul em 2016, não tínhamos ideia se alguém os ouviu, porque não fazíamos parte da cena naquele momento. Assim que começamos a fazer shows, testemunhamos que muitas mulheres se sentiam validadas pelo que estávamos fazendo e levavam isso a sério. Ficamos realmente surpresas com isso. Esse sentimento de empoderamento realmente ficou mais forte à medida que o compartilhamos com outras pessoas. Resumindo a história, acho que a maneira pela qual a banda impulsionou o movimento riot grrrl foi sendo inspirada por algo que aconteceu há tantos anos e levando isso para casa, tornando-o local, tornando-o nosso. Somos a primeira (e única) banda turca a se autodenominar uma banda riot grrrl e isso é significativo porque as mulheres na música punk também desejam ser simplesmente "um dos meninos". Mas reivindicar o nome é basicamente dizer que não precisamos ser um dos meninos, podemos apenas ser nós mesmas, não precisamos da cena deles, tudo o que precisamos é uma da outra. Eu acho que riot grrrl é uma ponte entre o local e o global porque realmente ressoa conosco; passamos por questões semelhantes, esbarramos em paredes semelhantes, somos levadas a nos sentir pequenas, fracas e irrelevantes. Mas essa música é uma forma de lutar e abrir um espaço para nós existirmos e nos celebrarmos e apenas criarmos o que queremos ver no mundo. Então, embora tudo tenha começado no noroeste do Pacífico no início dos anos 90, não ficou confinado lá porque o sexismo está em toda parte, assim como a resistência. Também organizamos o Ladyfest Istanbul desde 2018 e é uma sensação ótima ter tantas mulheres no palco para esse evento. - Secondhand Underpants 

O trio de rock alternativo de Istambul, Turquia, Secondhand Underpants tem sido vocal sobre abusos, sexualidade e outros temas por mais de 10 anos, desafiando o governo autoritário de seu país, que procurou intervir na liberdade de expressão. Elas são tão deliciosamente sádicas quanto Jack de Jill e possuem um espírito feminista bem-humorado com toques de sagacidade como Lunachicks. SU já lançou 3 álbuns e o mais recente, Slayer (2017), foi analisado pela iniciativa DIY que promove as mulheres na música produzindo eventos ao vivo, Loud Women, que já recebeu a banda em uma de suas edições do festival. Eu simplesmente amo o videoclipe de Autopleasures, que apresenta um monte de colagens fabulosas inspiradas na estética feminista oldschool, para que o vídeo pareça uma zine em live motion ♥. Espero que todos vocês se deliciem com a sopa punk delas, mas, por favor, façam isso antes da hora do jantar (haha).

A vocalista Fulden também toca e canta em outra banda riot grrrl chamda EMASKÜLATÖR

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28. Hex Poseur

Hex Poseur. Foto: Reprodução

 Ooh, quieta como a noite? Estou quieta como um motim! E mais quando você está por perto, Oh, você me pediu para ficar quieta! Estou quieta como um motim! E destinada a ser barulhenta- Letra de Quiet por Hex Poseur

A artista solo de punk / rock de garagem do Reino Unido, Hex Poseur vai colocar um feitiço riot em você, inspirando-a a ser tão ousada quanto quiser, porque foi o que aconteceu com ela quando descobriu bandas como  X-ray Spex. HP já lançou 2 EPs e se apresenta com o baixista Holly Osborne e o baterista Billy Mattock. Minha música favorita é Quiet, que pertence ao EP Keep it Quiet (Vol.1). Eu também adoro Meds e quero que você seja obcecado por essas faixas também! Se você adora artistas como PJ Harvey e Elastica, Hex Poseur também se tornará uma de suas obsessões femininas. Falando nisso, ela tem uma playlist no Spotify para celebrar as mulheres punk / rock / metal; então eu acredito que seria uma ótima ideia adicionar a música dela às suas playlists também :).

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29. Proud Miranda 


A partir da esquerda: Kathryn (guitarra, voz); Amanda (bateria, voz) e Maddy (baixo). Foto: Reprodução 

Nascidas em 89 e 91, éramos apenas humanas pequeninas quando o movimento riot grrrl começou. Temos sorte de ter crescido em um mundo onde nossas heroínas já pavimentaram um caminho para mulheres de garra deixarem sua marca na cena punk dominada pelos homens, na cena musical e na vida em geral. O trabalho está longe de terminar. Os tempos são ASSUSTADORES para qualquer pessoa que não seja um homem cisgênero branco. Parece que em nossas vidas temos visto o mundo funcionar como uma gangorra em termos de progressividade. Esse idiota incompetente laranja que é nossa desculpa para ser presidente dos Estados Unidos faz tudo parecer tão inseguro. Temos que temer por nossos direitos como pessoas queer. Especialmente nossos irmãos e irmãs trans. Temos que temer pelas pessoas de cor. Pelas pessoas com deficiência. Pelos imigrantes. Pelos os pobres. Este é um momento em que precisamos que o movimento riot grrrl viva mais do que nunca. Queremos nos colocar e os outros nesses espaços centrados pelo homem branco, sacudi-los e fazer barulho. Precisamos de grandes vozes para levar a mensagem de que não aceitaremos nada disso sem reclamar. O mundo inteiro é um clube de meninos e, francamente, foda-se isso - Proud Miranda

De Tampa, Flórida, Proud Miranda mistura rock clássico, blues e grunge construindo sua própria identidade "Beber como um suporte, baixa autoestima, vergonha da orientação sexual, imagem corporal ou distúrbios alimentares, etc." como elas disseram ao site CL. Elas já lançaram 3 EPs e o primeiro deles, Eve was framed, se destaca como o melhor por trazer a estética do rock alternativo dos anos 90 para o núcleo, lembrando bandas como Veruca Salt e Sleater-Kinney. Então, se você está procurando duplas femininas com a mesma intensidade que Louise e Nina, Corin e Carrie, vá atrás delas. Além disso, Maddy se juntou recentemente à PM no baixo e estou animada para ouvir seus futuros trabalhos!

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30. Fea

Letty (vocais); Jenn (baixo, voz); Phanie (baterista) e Sofi (guitarra, voz). Foto: reprodução

 Espero que façamos parte disso. Sendo nós mesmas e falando sobre questões que acontecem com as mulheres como artistas, como minorias e algumas de nós queer. Ser visível é uma afirmação em si. - Fea

O punk rock chicana de San Antonio, TX, Fea se estabeleceu como uma das bandas feministas mais inovadoras e marcantes de nossa geração. Caso você não saiba, Phanie e Jenn já fizeram parte do incrível trio punk Girl in a Coma. Fea assinou contrato com a Blackheart Records de Joan Jett e lançou dois álbuns; o primeiro, autointitulado, foi co-produzido por Alice Bag, Laura Jane do Against Me!, e Lori Barbero do Babes in Toyland. Na minha opinião, ele representa para esta geração o que Pussy Whipped representou no início dos anos 90. 'Mujer Moderna' é o novo Rebel Girl e ao misturar espanhol e inglês com letras autoconfiantes e fuzzy rock, Fea lançou outro álbum chamado No Novelties (2019). Elas também conquistaram o coração de lendas punk como Bikini Kill e Iggy Pop e tenho certeza de que há espaço para elas no seu também.♥

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31. Time Bomb Girls

A partir da esquerda: Déia (baixo, voz); Camila (bateria, voz) e Sayuri (guitarra, voz). Foto: Reprodução 

Levamos o movimento Riot Grrrl pra frente sendo uma banda formada por meninas em meio a predominante figura masculina que toma conta dos palcos na cena underground, mostrando que fazemos um som tão bom quanto uma banda de meninos e incentivamos outras garotas a irem para os palcos, a não se sentirem intimidadas e perceberem que somos iguais aos homens e podemos fazer o que quisermos, quando quisermos. - Time Bomb Girls

Time Bomb Girls é uma banda de rockabilly / garage / punk de São Paulo, Brasil. Elas lançaram recentemente seu primeiro álbum chamado Las Tres Destemidas que traz músicas em português e inglês. O single 'Quando Eu Crescer', que também está presente em duas coletâneas, homenageia a banda punk The Cramps, pois o sonho da cantora não é se tornar uma empresária, mas uma garota de biquíni com uma metralhadora. Há também a influência do surf music, principalmente na faixa 'Nanana Surf', e da banda brasileira Autoramas. Se você gosta de bandas como as mencionadas acima, além de Dash e Budget Girls, Time Bomb Girls também se tornará uma das suas favoritas!

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32. Nâmbula Mangueta

Da esquerda: Andrea (bateria); Gabe (guitarra e voz) e Bruna (baixo). Foto: Reprodução

Eu não preciso dos seu olhos pra julgar os meus. Meu coração não clama por sua paixão. Minha pele não precisa do seu toque tão vulgar. Minha alma não anseia o seu sermão. Sua palavra maquiada de censura hostil não reflete mais no meu interior. Eu não sou o que você quer. Não venha me julgar pelo que você não é - Letra de Fardo por Nâmbula Mangueta

De São Paulo, Brasil, o Nâmbula Mangueta está na ativa há 2 anos e já lançou um EP chamado 'Eu Sou Nâmbula Mangueta' no ano passado. O tema principal aqui são relacionamentos abusivos e é extremamente importante ouvir mulheres cantando sobre isso, uma vez que vivemos na era das #quebradorasdesilêncio e, mesmo assim, ainda é difícil falar e receber o crédito. É uma jogada ousada para a banda e as mensagens nas músicas podem realmente ajudar as mulheres a saírem de situações abusivas. Além disso, a abordagem instrumental da banda varia com as influências do stoner, indie e mpb. Nâmbula é uma banda sólida e basta ouvir a faixa final 'Macacos 12' para saber do que estou dizendo. Você quer ouvir uma segunda opinião? Eu recomendo a crítica do Bus Ride Notes sobre o álbum. :)

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33. Violent Vickie

Violent Vickie. Foto: Reprodução

Você quer me usar, você quer me machucar, você quer me amarrar, me encha de seu amor. Você quer pegar, você quer chupar, você quer me prender e depois me deixar despedaçada. - Letra de Men por Violent Vickie.

De Long Beach, Califórnia, Vickie Valent (Violent Vickie) se inspira no riot grrrl, darkwave, pós-punk, synth pop, electro e música industrial para compor sua carreira. Se você gosta de Atari Teenage Riot, Peaches e Julie Ruin, Vickie também é uma super electrostar e seus dois álbuns mais singles provarão isso. 'Monster Alley' de 2013 traz o videoclipe da faixa Beauty Store, que me lembra a personagem de Diane Ladd em Wild at Heart (1990). Já 'Division' (2020) traz o vídeo gótico de Serotonin que lembra uma versão gótica de Isobel de Bjork. Por falar em Division, a faixa Get Violent se destaca como minha favorita! Eu também adoro 'Fake The Fury' e a justa homenagem à Lovelace. Tenho certeza que a vasta gama de experimentação e temas de Vickie vai deixar muito o que pensar e dançar, é claro;).

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34. Clandestinas

Camila (contrabaixo, voz); Alline (guitarra, voz) e Natália (bateria, voz) Foto: Tatiane Silvestroni

Nós [Clandestinas] acolhemos, também como nosso, o espírito de riot grrrl… somos herdeiras e continuadoras .- Clandestinas

De São Paulo, Brasil, o trio punk Clandestinas lançou este ano seu álbum de estreia autointitulado com foco em mantras feministas conhecidos, inseridos em manifestos que promovem os direitos LGBT +. Elas se certificam de que todas as letras estão representadas em suas canções e a representação também é vista na lineup. Além disso, o álbum de estreia traz elementos da música nacional como forró, funk e também pós-punk e rap brasileiros dos anos 80. É importante destacar também a produção do álbum 100% feminina e não binária. Clandestinas é o presente e o futuro do punk e se você não acredita na inclusão do punk, deve reavaliar sua definição da ideologia.

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35. Dream Nails

Da esquerda: Anya (guitarra, voz); Janey (vocais principais); Mimi (baixo, voz) e atrás, Lucy (bateria, voz). Foto: Reprodução 

Somos todas inspiradas pelo riot grrrl, e usamos muito riot grrrl, valores feministas DIY em nossa música - e as letras de nossas músicas são o mínimo disso !! Desde fazer nossos próprios zines feitos à mão até a forma como dirigimos nossos shows ao vivo, vivemos nosso feminismo. Os movimentos feministas estão constantemente mudando e evoluindo com o contexto sócio-político, então também estamos construindo no riot grrrl quando incluímos explicitamente mulheres e pessoas não binárias na frente de nossos shows (ou, mais simplesmente, homens para trás)! - Janey

De Londres, Inglaterra, Dream Nails está ativa desde 2015 e construiu uma base de fãs sólida com seus vídeos perspicazes que vão desde mulheres fazendo coisas como no videoclipe 'faça você mesmo' dos anos 80 até a banda compartilhando coisas práticas que aprenderam durante a quarentena. A sólida base de fãs também se deve a suas declarações políticas que incluem mulheres e pessoas não binárias, conforme pontuado em uma das esquetes de seu mais novo álbum autointitulado. Quando eu ouvi aquele esquete pela primeira vez, parecia que era um segundo passo significativo para o lema principal do riot grrrl visto na introdução de Bikini Kill para Double Dare Ya 'nós queremos revolução no estilo das garotas agora!'. O álbum continua com a excelente 'Vagina Police 2.0', cuja introdução lembrou outra pérola do riot grrrl, Brat Girl de Bratmobile. Apesar das influências, Dream Nails construiu sua própria identidade apresentando questões diárias  atuais como em 'Kiss My Fist', que é uma resposta feroz ao ataque homofóbico a um casal de lésbicas em Londres no ano passado. Dream Nails elevou o lema riot grrrl a outro nível e te convida a unir forças para destruir o cis-tema.

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36. 3D punk rock

Da esquerda: Letícia (guitarra, voz); na frente está Polaca (vocais); atrás dela está Nico (bateria) e ao lado está Julia (baixo, voz). Foto: Reprodução

 O que me levou ao punk rock foi o engajamento sociopolítico e feminista que ele pratica. A política está em tudo, inclusive no rock, e o punk rock é o único estilo com essa inclinação humanista. Precisamos falar do feminismo, das desigualdades e da exploração do homem sobre o homem. Essas questões devem estar em pauta a cada momento de nossas vidas e permear nossas ações. - Polaca

Banda de Porto Alegre (Brasil), 3D punk rock começou no final dos anos 80 (antes do movimento riot grrrl), mas durou menos de 2 anos. 30 anos depois, a vocalista Polasca voltou a colocar o 3D na ativa com uma nova formação reunindo as primeiras canções gravadas em um vinil autointitulado, que foi remasterizado em Londres e lançado pelo selo brasileiro Nada Nada Discos. As primeiras gravações previram muito do que foi vocalizado pelo movimento riot grrrl; há canções sobre papéis de gênero e opressão do governo e os gritos estimulantes da cantora me lembram os de Poly Styerene. 3D punk rock ainda é relevante porque as questões abordadas no passado foram cantadas pelas gerações posteriores de mulheres punk e há muito mais a ser dito. Esperemos que elas gravem um novo álbum e continuem a inspirar mulheres de qualquer geração a proclamar um espaço na música punk.

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37. RÄIVÄ

Da esquerda: Jao (bateria); Hew (vocais); Julie (guitarra); Fralda (baixo). Gabi é a baterista original do grupo, mas está há algum tempo em São Paulo. Foto: Reprodução

Acho que apesar do nosso som mais pesado, existe toda essa coisa de contribuir para o empoderamento das meninas em geral. - RÄIVÄ

Alagoana, RÄIVÄ é uma banda de crust feminista que representa a presença feminina no underground Nordestino. Historicamente, essa região tem sido inferiorizada, principalmente devido ao empobrecimento, e há pessoas de regiões supervalorizadas como o Sul que tendem a ter preconceitos em relação aos nordestinos. Sou do menor estado do Nordeste (Sergipe) e Alagoas fica bem próximo. Ambos os estados apresentam altas taxas de feminicídio e de violência em geral. Ver bandas de rock femininas como Oldscratch e RÄIVÄ lutando pela representatividade importa muito para outras mulheres da região. A banda lançou seu álbum de estreia em 2016 cantando sobre várias formas de opressão, incluindo a de pseudo machistas feministas que "Pseudo macho feminista finge se importar, finge nos apoiar. Dissemina intriga, tenta nos afastar." Se você procura crust riot grrrl, RÄIVÄ é a banda certa para você!

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38. Klitores Kaos

A partir da esquerda: Ingrid (guitarra); Aline (baixo); Debbie (vocal - ela saiu da banda recentemente); Josy no sofá (ela também deixou a banda) e Nia (guitarra). Foto: Victor Peixe

"Eu seguro a tua mão na minha! para que juntas possamos fazer aquilo que eu não posso, que eu não quero, que eu não vou fazer sozinha!" Letra de Mosh Grrrl por Klitores Kaos.

Do Norte do Brasil, Bélem do Pará, Klitores Kaos representa para esta região o que a RÄIVÄ representa para o Nordeste. Klitores também são uma banda de crust feminista e, assim como a região Nordeste, a Norte também tem sido menosprezada pelas forças políticas. É verdadeiramente relevante que bandas como Klitores Kaos e Aurora Punk Rocks, banda punk feminina do mesmo estado, atuem na cena punk cantando sobre machistas e feminicídio, pois uma em cada quatro mulheres é vítima desse crime no Pará. Em seu EP de estreia, Klitores abrem com a faixa 'Feminicida' que reivindica justiça em nome da mexicana Ingrid Escamilla que foi assassinada e esfolada e teve seu corpo exposto nas redes sociais. Para gravar este EP, a banda colocou uma campanha na plataforma Vakinha e foi um sucesso! Esperemos que sua presença explosiva inspire outras mulheres a se revoltar e fazer uma mudança em suas cenas locais!

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39. Trash No Star

Da esquerda: Letícia (guitarra, voz); Pedro (bateria) e Felipe (baixo, voz). Foto: Diogo Carvalho

 Não quero mais ouvir você dizer o meu nome, só preciso de um tempo para refrescar a cabeça, sim, sim, sim - Letra traduzida de Antiorgasm por Trash No Star 

Banda do Rio de Janeiro (Brasil), Trash No Star é a filha perdida de Bikini Kill e Babes in Toyland e você pode ver isso perfeitamente na faixa 'Take The Pills' presente em seu primeiro álbum, Single Ladies. A banda está em seu décimo aniversário e com apenas dois álbuns lançados, tornou-se um nome  importante na cena underground tocando em muitos festivais ao lado de outras bandas lideradas por mulheres como Weedra, Pata e Pin Ups (com Alexandra). As canções do TNS são curtas, mas abrasivas o suficiente para deixar uma boa impressão nos amantes do grunge. Minha faixa favorita é Misses Digger, mas quando se trata de qualidade, a banda tem de sobra.

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40.Bioma

A partir da esquerda: Mayra (guitarra, voz); Natália (vocais); Letícia no fundo (bateria) e Júlia (baixo, voz). Foto: Reprodução

Nosso corpo, campo de batalha No trabalho, na escola, No campo, na cidade Seguindo em frente, No passo mais lento Mulheres unidas! Batalha vencida! Nenhum agressor passará! - Letra de Nosso Corpo por  Bioma.

Bioma é uma banda queercore / queerpunx feminista, formada em 2017 em São Paulo (BR). Até agora, você pode ver que São Paulo se destaca como a cidade brasileira que concentra o maior número de bandas de rock exclusivamente femininas. Lá, a vocalista do Bioma, Natália, foi uma das criadoras dos três festivais queercore Dyke Fest, Desviantes e Resistência Transviada. A banda lançou o seu álbum de estreia, União e Rebeldia, há meses, produzido pela própria e pela multitalentosa artista Mari Crestani (Bloody Mary Una Chica Band / As Mercenárias). O álbum aborda temas relacionados à violência sexual e de gênero perpetrada por regimes fascistas, principalmente em nosso país governado por um presidente de extrema direita que elogia ditadores - que torturaram, estupraram e mataram minorias e comunistas - da ditadura militar brasileira (1964-1985). É essencial que o país seja representado por artistas queer que gritam o nome de lésbicas assassinadas brutalmente e cujas palavras de resistência continuam sendo de uma importância incrível; como cantam na faixa 2019: “Pode vir qualquer Jair , a resistência vai ficar. O corpo vai fortalecer, vamos continuar”.

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41. Radical Kitten

A partir da esquerda: Marin (baixo, voz); Marion (bateria); Iso (guitarra, voz). Foto: Reprodução

 O fato de muitas vezes tocarmos de graça em festas de apoio: apoio a ocupações, contra a gentrificação de um bairro aqui em Toulouse, em apoio a famílias de prisioneiros anarquistas etc… Participamos da organização de um fim de semana de shows com um palco exclusivo queer e rrriot no inverno passado (com algumas bandas que você conhece por sinal, Judith Judah). Quando conseguimos participar do progresso, procuramos sempre privilegiar a cena feminina ou / e queer - Radical Kitten

Radical Kitten é uma banda pós-punk queer e feminista do sul da França. Seu primeiro álbum 'Silence is Violence' será lançado no dia 16 de outubro e eu garanto a vocês que é o melhor do pós-punk que vocês ouvirão em anos! Tem um pouco de Slant 6, Sonic Youth e Huggy Bear; muitos riffs incríveis e mensagens diretas para pessoas que realmente precisam se foder! A dupla Iso e Marin xinga muito (a palavra merda para ser mais específica), mas hey, isso é punk rock com atitude e fúria e sua música é resplandecente. Dê uma olhada no que está por vir ouvindo a faixa 'Wrong' lançada no bandcamp deles.

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42. Molestya

A partir da esquerda: Laura (guitarra, voz); Livia (bateria) e Chiara (baixo, voz). Foto: Alessio Chiappalone

Para nós, Molestya, ser uma banda riot grrrl significa gritar em voz alta o que queremos dizer, independentemente do que todas as bandas punk masculinas dizem. Em Roma não existe uma cena real riot grrrl e não existem outras bandas riot grrl neste momento, embora toda banda punk se autodenomine feminista. Por quê? Talvez bandas de hardcore e as opiniões de seus apoiadores sejam só conversa. Então nós começamos uma banda riot para fazer nossa voz e nosso ponto de vista serem ouvidos e desejamos que outras mulheres fizessem o mesmo - Molestya

A banda punk de Roma, Itália, Molestya, lançou quatro músicas em sua página de bandcamp e cada uma delas trata de um tema diferente. O power trio presta homenagem a duas figuras proeminentes da literatura. Em 'A Sylvia', cantam sobre os escritos da poeta norte-americana Sylvia Plath. Já Lisbeth Salander fala sobre a heroína sobrevivente e lutadora da saga Millenium. O som delas me lembra Lunachicks e a banda italiana punk feminina Porno Nuns. É puro raw power do punk rock tradicional e vai deixar você pedindo mais.

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43. Riot Grrrl Sessions

A partir da esquerda: Tess (bateria, guitarra, voz); Agnes (guitarra, voz); Frida (baixo, voz); Kajsa (guitarra, voz); Katja (sintetizador, batidas, ruído); Maja (guitarra, voz); Canan (guitarra, baixo, voz); Manuela -no fundo- (baixo, vozes); Madeleine- na frente de Manuela- (sintetizador de baixo, vocais); Hanna- na frente de Madeleine- (bateria, voz); Klara- atrás de Hanna- (guitarra, voz); Nicki- ao lado de Klara- (bateria, voz). Foto: Anna Ledin Wirén


A ideia do Riot Grrrl Sessions é que riot grrrls de diferentes bandas unam forças e criem música juntas. Expandimos nossa rede, conhecendo novas pessoas (que também são musicistas e compositoras). DIT - faça isso juntas em vez de DIY. -  Riot Grrrl Sessions

Por um fim de semana, dezenas de mulheres trans, não binárias e cis trabalharam em um projeto musical em Estocolmo, Suécia. Riot Grrrl Sessions foi a ideia da vocalista do Twin Pigs, Canan Rosén. Vendo que a cena musical, especialmente a cena do rock ainda é dominada por músicos do sexo masculino, Canan decidiu unir forças com outras artistas mulheres para cantar sobre questões femininas, bem como outras questões relevantes com as quais precisamos estar envolvidos, como a comunidade LGBTQ+, suicídio, menstruação, políticos sexistas, irmandade e etc. Elas conseguiram gravar 13 músicas incríveis no espírito do DIT- fazendo isso juntas, como apontado por elas em seu site. As letras são simples de entender, seu principal objetivo, acredito, é manter o punk vivo em uma época em que as forças políticas ao redor do mundo tentam silenciar todxs aqueles que se manifestam contra suas políticas. Riot Grrrls Sessions estão em seu segundo trabalho, mas tiveram que interromper o projeto por algum tempo devido à pandemia. Enquanto o próximo disco não sai, assista ao incrível documentário sobre a primeira sessão aqui.

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44. Kinderwhores

Da esquerda: Paula (srums); Beatriz (baixo, voz); Marcela (guitarra, voz) e Thaís (guitarra, voz). Foto: Reprodução

Uma vez que a banda ainda não tem nenhuma música autoral, recuperei uma citação da entrevista delas no site 'Conversa Culta': “[…] mas tocar Rebel Girl do Bikini Kill, é sempre muito foda, porque as meninas se soltam e sobem no palco para cantar junto com a gente. "

Carioca, Kinderwhores é  formada por amigas de infância inspiradas no estilo kinderwhore dos anos 90 e por bandas femininas como The Donnas e The Runaways. Elas tocam covers de bandas como Rebel Girl do Bikini Kill e Violet do Hole. A banda tem trabalhado em seu próprio material e recentemente postou um relance de gravação de estúdio que deixou os fãs muito animados! Além disso, a guitarrista Thaís participou de uma edição do zine 'Preta & Riot' da vocalista do Bertha Lutz, falando sobre a presença de mulheres negras no movimento riot grrrl. Veja a performance eletrizante da banda para  Rebel Girl aqui. ♥

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45. Special Drink 

Da esquerda: Derick (bateria); Gessica (guitarra, voz) Nadia (baixo, voz); na frente está Dani (guitarra, voz). Foto: Reprodução

O movimento riot grrrl dos anos 90 trouxe a tona temas como a sexualidade livre das mulheres, a União entre elas e as estimulou a pegar instrumentos e se expressar. Foi uma chama que precisava ser acesa naquele momento, a cena de Seattle já tinha fortes traços na mudança de visão dos jovens da época, mas ainda era um movimento com sua maioria masculina. As garotas de Olympia queriam voz e aquele momento de União entre bandas, ideais, liberdade e barulho foi o que trouxe a Special Drink e várias outras bandas até aqui. O encorajamento de mostrar a sua indignação contra a sociedade machista e conservadora, as letras pesadas e explícitas e garotas que se permitiam... Era isso que enxergávamos e queríamos tanto fazer, foi ali que nos identificamos e vimos que nós também poderíamos berrar, tocar e mostrar nossas ideias. E até hoje essa chama ta acesa, aquilo foi o princípio de muita luta e empoderamento dentro do rock underground. Nós da Special Drink agradecemos as bandas que nos influenciaram a chegar até aqui. Algumas favoritas são: Babes In Toyland, 7 year Bitch e Bikini Kill

Stoner e banda grunge de Osasco, São Paulo, Special Drink, começou como uma banda cover de L7 e você pode ver que eles estão muito inspirados na banda em seu álbum de estreia, Booze, lançado este ano. A banda também se inspira em outras bandas clássicas como Red Fang e Black Sabbath. Suas letras tratam de temas relevantes como auto-sabotagem, empoderamento feminino e silêncio e outros que tratam de conflitos internos. Tenho certeza que esse é o tipo de banda que o Alice in Chains levaria em uma turnê e que lhe ofereceria o mais refinado cardápio rock'n'roll.

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46. ​​Versinthë99

A partir da esquerda: Ronan (guitarra); Lise (bateria); Amélie (vocal e acordião); e na frente Lola (baixo). Foto: cortesia da banda 

Versinthë99 segue no acordar do movimento Riot Grrrl iniciado por punks feministas americanas no início dos anos 90, inspirando-se em suas mensagens, atitude e determinação. Aceitamos a palavra que não nos foi dada. Estamos lutando para fazer nossas vozes serem ouvidas e ganhar alguma visibilidade através da produção musical independente, mas também da produção literária e ativista através dos fanzines e webzine Castor. Queremos tornar o feminismo acessível através de nossa música, para encorajar as mulheres e todas as pessoas LGBTQIAP + a se associarem, para encorajá-las a criar, a agir em troca. Nossas canções se levantam contra muitas formas de opressão patriarcal, falam sobre estupro, violência doméstica (cover de L'hymne du MLF), caça às bruxas (Les filles du feu), precariedade (Précaire), apelo à rebelião (Riot Grrrl, Rebelles arc-en-ciel…), e especialmente para motins através da arte: poesia, graffiti, pintura corporal, performance, música (Vertige). - Versinthë99

De Paris, França, Versinthë99 tem se engajado e seus fãs no ativismo político através do punk queer e literário. A banda soa como os primeiros sons do Siouxsie and The Banshees e já prestou homenagem ao grupo proto-punk The Velvet Underground interpretando as faixas Venus in Furs instrumentalmente com o uso de acordeão, e Rock'n'roll. O álbum de estreia deles, Vertige, é muito legal e gostaria de agradecer a Amélie mais uma vez por enviar uma cópia para mim; As demos do álbum podem ser encontradas no perfil do soundcloud e você poderá sentir a intensidade evocada em suas odes a mulheres guerreiras. :]

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47. Tuíra

A partir da esquerda: Hanna (baixo, voz); Juliana (bateria); Amanda (guitarra, voz) e Thaís -front- (guitarra). Foto: Reprodução

E o que me tira todas as lágrimas dos olhos é poder buscar em mim um respirar de calma e força. Existe um eu de calma e força persistente entre entranhas de agonia e medo - Letra de Crimeia por Tuíra.

Grupo carioca, Tuíra é um quarteto indie que se inspira em guerreiras brasileiras como Tuíra Kayapó, líder indígena que se tornou referência na luta pela causa amazônica depois de brandir seu facão diante de um governante para prevenir os impactos desastrosos que as barragens do Xingu teriam sobre os povos indígenas. Em seu álbum de estreia, Calma e Força, a banda compôs também uma música para Criméia de Almeida, ex-guerrilheira que foi torturada durante a ditadura brasileira e foi a primeira a denunciar o desprezível coronel Ustra - ídolo de Bolsonaro - pelo que sofreu naquele tempo. A sonoridade da banda me lembra dos primeiros discos do Sleater-Kinney e suas letras são poderosas o suficiente para desmantelar o status quo no rock'n 'roll.

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48. The Anti-Queens

Da esquerda: Valerie (guitarra, voz); Emily (guitarra, voz); Taylor (baixo, voz) e Samantha (bateria). Foto: MICHAELxCrusty

Eu não tenho estratagemas, sou igual aos meninos. Suponho que você poderia dizer que temos 4 peitos ...- letra de Tits do The Anti-Queens

Banda fodona de Toronto, Canadá, The Anti-Queens está ativa há cerca de 10 anos e embora a formação tenha mudado com o tempo, a banda continua desafiadora e rockeando muito. TAQ já lançou dois EPs e um álbum autointitulado. Você vai amá-las se já curtir The Muffs, The Distillers e Soundgarden. 'Mean Genes' e 'Miss Scarlett' do seu último álbum se destacam como minhas faixas favoritas, mas é realmente difícil escolher favoritas, pois é notável o quão duro elas trabalham para lançar músicas perfeitas. Tem uma certa energia vinda delas que é rara nas bandas hoje em dia e é contagiante. Espero que goste delas o suficiente para levantar seu espírito. Todos nós precisamos disso durante esses tempos difíceis.

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49. Chârogne

Da esquerda: Nas (guitarra); Catherine (vocais); Jonathan (baixo) e Sarah (bateria). Foto: BLVCKGOLD

Chârogne é uma banda de punk rock feminista que é diretamente irônica e ofensiva. Textos irônicos que relatam as desigualdades entre os sexos, um estilo único, rangente, feminista e assumido. - Biografia de Chârogne no Facebook

De Montreal, Canadá, Chârogne é a filha perdida de Nina Hagen e Diamanda Galás. Suas canções são manifestos sobre a objetificação de mulheres vistas como puramente carnes, como afirmado em seu álbum Mange-Moi. Eles são agressivos e furiosos com algo a dizer, criando a atmosfera perfeita para o caos punk. Féministe Frustrée sintetiza sua fúria feminista em cores vivas e muita ação. A banda também atua como aliados da causa trans e apóia causas para vítimas de abuso. Chârogne é o tipo de banda que intimida ao mesmo tempo que te aproxima com seu incrível magnetismo.


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50. Demonia

A partir da esquerda: Maria Fernanda (guitarra); Quel (bateria); Karina (vocais); Karla (baixo) e Graça Isa (guitarra). Foto: Luana Tayze

Nosso papel como riot grrrls se dá através de um posicionamento político desde o início da banda em favor das pessoas oprimidas pela sociedade (seja por questões de classe, raça ou gênero) e da inclusão desses ideais nas nossas letras e discursos nos palcos.- Demonia

De Natal, Rio Grande do Norte,  Demonia é definitivamente um dos grupos mais engraçados e legais que existem hoje! Eu simplesmente amo o vídeo com a letra do single de estreia, Reptilianos Malditos. A banda tem canções notáveis como 'Capitalismo é um lixo' e 'Biroliro', que fazem parte do EP 'Achei que era homem mas é só satanás'. A música que dá nome ao EP fala sobre o medo de uma mulher quando ela anda na rua e vê um homem quando ela preferia ver Satanás. Apesar da piada por trás da letra, o engajamento da banda importa muito, já que seu Estado registrou o maior percentual de aumento de estupros no Brasil em 2018! Esperemos que Demonia continue a crescer e a desafiar de forma única e inteligente, os verdadeiros demônios que assombram nosso país.


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